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“Eu, Romeu”, solo de Marcos Camelo, faz temporada no Teatro Glauce Rocha

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Celebrar a insistência petulante dos improváveis, a paciência dos que não se encaixam e exaltar a teimosia, são o mote da peça de dramaturgia autoral e contemporânea “Eu, Romeu”, um solo narrativo do ator Marcos Camelo, que apresenta uma história que transita pela sua própria vida: homem pardo, periférico, nascido e criado no subúrbio do Rio de Janeiro, em Rocha Miranda, bairro da Zona Norte, localizado entre Morro do Jorge Turco e o Morro do Faz Quem Quer, de uma parte da cidade sem biblioteca, cinema, teatro ou qualquer outro espaço para produção e consumo de cultura. O ator traz à cena a história de heróis perdedores, daqueles que fazem o que podem com o que são e que – com honra, dignidade e bom humor –, ousam sonhar, lutar e quase sempre perder.

“A inspiração para o espetáculo partiu do quanto estão estruturados na sociedade os sistemas pré-determinados que impõe limites aos cidadãos devido a sua ascendência, a cor de pele, CEP e cultura”, declara Marcos Camelo.

A encenação mistura música, teatro e circo em comunicação direta com a plateia, com a finalidade de um teatro de extrema intimidade com cada pessoa. O “Eu” no nome da peça pode ser, também, qualquer um dos indivíduos que compõem a plateia e se sintam representados. Assim, a tragédia mais amada de Shakespeare “Romeu e Julieta” se mistura à recorrente tragédia dos subúrbios do Rio de Janeiro. Transpor essas barreiras equivale a uma verdadeira odisseia, uma constante luta desigual para afirmar sua potência, alcançando objetivos e sonhos.

“A montagem de ‘Eu, Romeu’ tem muita relação com a minha experiência em identificar as potências de cada indivíduo através do trabalho com circo social. Isso foi fundamental para criação de um espetáculo centrado no ator e nas competências dele na cena. Minha formação origina-se no ballet clássico, transborda no circo em todas as suas possibilidades e hoje estou no teatro, aplicando todas estas maravilhas que são as infinitas relações do corpo com seus movimentos, com os espaços, objetos e superfícies para uma cena plural e extremamente popular”, ressalta a diretora Cecília Viegas.

Marcos Camelo, um ator do subúrbio do Rio, que provavelmente não teria a chance de estar dentro do personagem criado por Shakespeare, em cena, lança mão de tudo o que é, e que tem, para fazer com que o espectador brinque com esta peça, mesmo acordado. Um ator que é o início e o fim de todas as ações. Os estereótipos e a regionalização das oportunidades estão no palco, além das barreiras físicas e reservas de mercado.

“Um artista que fala de si para falar do mundo, um espetáculo divertido, provocador que tem a cara do nosso povo. É Shakespeare do hip hop ao samba”, comenta Marcos.

Premiado em vários festivais pelo Brasil, o espetáculo “Eu, Romeu”, da Adorável Companhia, de Guapimirim, município do Rio de Janeiro, que já circulou por 10 cidades de Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Amazônia, será apresentado pela primeira vez na Cidade do Rio de Janeiro, de 14 a 29 de junho de 2024, no Teatro Glauce Rocha – Funarte, com ingressos a preços populares. Todas as sessões serão com uma tradutora de Libras.

“Para mim, ‘Eu, Romeu’ é pensar em Rocha Miranda, bairro onde nasci e fui criado, que continua sem nenhum espaço voltado para cultura, assim como outros bairros do subúrbio que seguem assim, em completo abandono. A peça me mostra que um povo sem acesso à cultura é um povo que tem roubado os seus direitos e sua capacidade de sonhar”, conclui o ator.

Serviço:
Temporada: 14, 15, 16, 21, 22, 23, 28 e 29 de junho.
Sextas e sábados às 19h e domingos às 18h.
Teatro Glauce Rocha – Funarte
Endereço: Av. Rio Branco, 179, Centro, (em frente a Estação Carioca)
Ingressos na bilheteria ou pela Sympla
Classificação: 14 anos

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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