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Silvero Pereira faz nova temporada de “Pequeno Monstro” no RJ

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Após estrear no Rio de Janeiro em maio e seguir para São Paulo e Fortaleza com apresentações lotadas, Silvero Pereira retorna ao Rio de Janeiro, com “Pequeno Monstro” em uma temporada totalmente gratuita no Espaço Sérgio Porto.

A ideia inicial do espetáculo surgiu há sete anos, quando Silvero Pereira começou a acompanhar algumas histórias de crianças LGBTQIA+ e identificou semelhanças com episódios vividos na sua própria infância. Após uma longa pesquisa, ele retornou à sala de ensaio — depois de 12 anos da criação de seu último sucesso no teatro –, para iniciar o processo de criação da peça em parceria com a diretora Andreia Pires, sua colega na faculdade de Artes Cênicas, nos anos 2000, em Fortaleza.

Em cena, Silvero embaralha suas referências literárias e musicais com matérias jornalísticas e memórias pessoais e de pessoas diversas, quando passeia por lembranças da infância no interior do Ceará e por uma juventude turbulenta.

Ao resgatar vivências relacionadas à sexualidade e gênero, ele ironiza e denuncia práticas relacionadas ao machismo estrutural e à homofobia, duas condutas comportamentais normalizadas socialmente que agridem, traumatizam e condenam destinos.

‘Uso a minha história como fio condutor e ponta de um iceberg, e me coloco como escudo para outras histórias aqui relatadas. Essa fragmentação de histórias pessoais, ficcionais e de terceiros serve justamente para enfatizar que não se trata de exceção, de classe ou de um lugar, é um problema social grave e que precisa de ações efetivas’, reflete o ator e autor.

‘Pequeno Monstro’ segue a mesma estrutura dramatúrgica adotada por Silvero em seus trabalhos passados como dramaturgo, em que também observava um panorama composto por diversas referências e influências. O intérprete ressalta ainda que a intenção é justamente provocar reflexões através da potência artística da montagem:

‘Estamos fazendo uma peça de teatro, uma obra artística, não necessariamente um manifesto. Nossa função, como artistas, é trazer o tema com seriedade e a responsabilidade que ele exige, mas também atentar ao potencial estético e narrativo que servirão como alegorias para que a aproximação com o público ocorra dentro da liturgia do teatro’, conta Silvero, cuja performance em ‘Pequeno Monstro’ inclui números musicais, como a canção ‘Fera Ferida’, de Roberto e Erasmo Carlos. 

O projeto reflete sobre a realidade brasileira no que diz respeito à violência contra as populações LGBTQIA+ e todos os trágicos recordes de assassinatos que o Brasil acumula. ‘Estamos mais violentos, mas isso não se localiza somente neste tempo do agora, é mais profundo, se trata de um país historicamente violento desde sempre e que precisa de atenção, denúncia e busca por soluções’, analisa.

Serviço: De 12 a 22 de setembro de 2024
Quintas, sextas e sábados às 20h
Domingos às 19h / Classificação: 18 anos

Espaço Cultural Municipal Sergio Porto
Rua Humaitá 163 – Humaita
Lotação: 98 lugares
Sessões gratuitas (retirada de senha no local uma hora antes)

* O espetáculo contará com uma sala de regulação sensorial para acolher pessoas neurodivergentes.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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