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“Lentamente, a vida” estreia no Candido Mendes

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O palco do Teatro Candido Mendes dará lugar ao íntimo recanto de César, personagem do monólogo “Lentamente, a vida”, escrito e dirigido por Victor Lósso. A trama gira em torno das angústias vivenciadas por quem acaba de receber um diagnóstico transformador. Com atuação de Kako Leitão, a peça mergulha em dilemas existenciais e investiga a solidão e a capacidade de enfrentar desafios inesperados, entregando ao público uma abordagem sensível sobre a condição humana.

A dramaturgia surgiu a partir de uma experiência pessoal vivida pelo diretor. Em 2017, o pai de Victor Lósso foi diagnosticado com Parkinson. “Meu pai e eu somos melhores amigos. Ele é inteligentíssimo, amante de História e contador de curiosidades que eu só saberia abrindo uma enciclopédia. Há alguns anos já sentia alguns sintomas, mas não sabíamos que era da doença. Ninguém sabe, na verdade. Falo disso brevemente na peça”, comenta. O diretor afirma que o Parkinson vai muito além dos tremores presentes no imaginário coletivo. Esta conscientização foi o que motivou a escrita.

Intencionalmente, Victor decide não citar a doença no texto. “O Parkinson é um ponto de partida, mas a peça fala muito mais do personagem do que desta condição. Muito se passa na cabeça dele e não é a realidade em si, mas a realidade do seu ponto de vista, que vem de uma ansiedade frente ao futuro. É o processo de luto daquele “devir” que não será. Quero falar sobre onde os lutos se encerram e se é possível seguir em frente, e também sobre o papel das relações humanas nisso tudo”, revela.

Ao optar por universalizar o tema, Victor abre a dramaturgia para explorar não apenas as dores causadas por doenças neurodegenerativas, mas também as frustrações de ter os planos interrompidos por fatores que estão fora do controle. O diretor lembra que este é um sentimento presente na história recente, apontando para os sonhos coletivos que foram frustrados pela pandemia. Victor acredita que, com a atual perspectiva de futuro da humanidade, graças às polarizações políticas, guerras e mudanças climáticas, falar de vida e de luto é falar sobre o próprio tempo. “A peça é mais sobre a nossa capacidade de viver ‘apesar de’.”, destaca.


SERVIÇO
: Local: Teatro Cândido Mendes (Rua Joana Angélica, 63, Ipanema – próximo ao Metrô Nossa Senhora da Paz) Datas: 5, 6, 12, 13, 19, 20, 26 e 27 de outubro / Horário: 18h

Ingressos disponíveis no Sympla. / Classificação: 14 anos

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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