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Acompanhante Perfeita um terror psicológico que discute a Revolução Feminista

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Dirigido por Drew Hancock e produzido por Zach Cregger (Noites Brutais), Acompanhante Perfeita mistura terror psicológico, vingança e ficção científica, criando uma história de tensão e reviravoltas. Na trama, o casal Iris e Josh decide passar um fim de semana entre amigos. O romance deles parece digno de uma comédia romântica, mas não se engane, o que começa como um conto de fadas logo se transforma em um pesadelo. 

Acompanhante Perfeita

Misturando terror psicológico, vingança sangrenta e elementos de ficção científica, o filme brinca com o conceito do homem hétero que pretende controlar o mundo (mas, não irá). Porém, o longa não fala de Machismo vs. Feminismo. Será? É impressionante como a ideia de usar uma boneca como humana para demonstrar o seu poder causa estranheza. Talvez a palavra não seja essa, mas, sim, ojeriza. Sim, exatamente! Estou falando de aversão. Por vários momentos no filme percebemos o quanto o poder sobe à cabeça de Josh, o que me faz pensar na semiologia de Barthes e como ele utiliza de ideias sobre a criação de mitos e a conotação de discursos ideológicos. Portanto, sim, vamos falar de machismo e feminismo. Um detalhe é que em Acompanhante Perfeita o feminismo pode ser ligado a “Revolta das Máquinas”.

A influência de Barthes se manifesta através da postura do diretor diante dos acontecimentos, mostrando a conjunção da revolução digital com o feminismo. Ah, mas é só um filme de terror para divertir, né? Não! Muito pelo contrario, o cinema cada vez mais mostra o quão nojento o comportamento humano pode ser, principalmente se tratando de homens heteros.

A estrutura narrativa reitera, de forma irreflexiva, a necessidade imperiosa do homem como criador e salvador, porém, diante dos últimos fatos políticos (acho que vai bem mais que isso, aliás), sabemos o quanto esse objeto irreflexivo, aqui no caso é o homem, se faz medíocre e sem o pleno contraponto de seus custos ou efeitos colaterais. Aliás, o que cativa no filme é a criação do mundo absurdo que ele carrega em vários momentos, o que faz dele ainda mais assustador.

Além disso, a personagem é super carismática e debochada, fazendo uso de absurdos a seu favor. No final, tudo conflui para que Acompanhante Perfeita seja um terrir genérico, cheio de referencias cinematográficas como Eu, Robô, Chucky e Megan. Acompanhante Perfeita tem, certamente, uma engenharia discursiva guiada pelo alvo de lucro e poder.

“Apesar de todos os seus deslocamentos, Barthes se
manteve sempre firme na luta contra as linguagens estereotipadas, a ideologia disfarçada em natureza, a arrogância e o autoritarismo
discursivos” – Livro “De volta a Roland Barthes”.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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