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Carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora no Paço Imperial 

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Primeiros artistas do carnaval a vencerem o PIPA, um dos mais importantes prêmios da arte contemporânea brasileira, Gabriel Haddad e Leonardo Bora apresentarão a instalação inédita “Rebordar”, na mostra que reúne os vencedores da 16ª edição do PIPA no Paço Imperial. Além de Bora e Haddad, a mostra contará com obras dos demais vencedores do prêmio: Andréa Hygino, Darks Miranda e Flávia Ventura. Às 16h30 será realizada uma roda de conversa com os artistas premiados.

Composta por 12 quilômetros de fios de malha, cordas, cordões, cabos de luz e tubos de plástico, utilizados para “costurar” um globo de ferro ao manto carnavalesco, além disso, a instalação “Rebordar”, de Bora e Haddad, também utiliza materiais como rendas, pastilhas, galões, franjas, espelhos, paetês, botões, fuxicos e placas de acetato, comumente utilizados no dia a dia dos ateliês que produzem o “maior espetáculo da Terra”. Aliás, os artistas também apresentarão um conjunto de desenhos de projetos de fantasias e carros alegóricos dos desfiles de 2018 e 2022.

“Rebordar” sintetiza vivências, memórias e materialidades carnavalescas. “A nossa estreia na Marquês de Sapucaí ocorreu em 2018, na Série Ouro, quando desenvolvemos, para a Acadêmicos do Cubango, o enredo ‘O Rei que Bordou o Mundo’, uma celebração poética de Arthur Bispo do Rosario. O desfile era encerrado com uma interpretação carnavalizada do Manto da Apresentação, veste ritual e obra de arte que literalmente norteou todo o processo criativo, uma vez que o símbolo escolhido para o enredo foi a bússola-mandala que está bordada no Manto de Bispo. Por uma série de motivos, aquele desfile, materializado com poucos recursos, indicou os caminhos estéticos e narrativos dos enredos que viríamos a desenvolver nos anos seguintes, principalmente ‘Fala Majeté, Sete Chaves de Exu!’, para a Acadêmicos do Grande Rio, em 2022. A vitória do desfile que exaltou as potências de Exu, num carnaval atípico, realizado após o trauma da pandemia, foi um acontecimento festivo, artístico, político e religioso muito poderoso. O PIPA nos fez pensar nessas circularidades – por isso decidimos elaborar uma instalação que conecta esses dois momentos criativos”, explica Haddad.

“O manto de 2018 é uma peça que já despertava indagações sobre a natureza das construções carnavalescas no barracão da Cubango, local onde começou a ser confeccionado, às margens da Avenida Brasil. Gosto de pensar na palavra “amarração”. As pessoas perguntavam se aquilo era uma escultura ou uma fantasia gigante e passavam horas nos ajudando a colar retalhos. Também escreviam os seus próprios nomes e anotavam pedidos diversos, ou seja, o manto passou a ser uma obra coletiva, um arquipélago de memórias, um grande ex-voto. No desfile, esse manto girava sem corpo, um manto-fantasma, a ausência e a presença do artista que celebrávamos. Ora, aquilo podia e pode ser muitas coisas. Agora, em 2025, conectamos os vestígios de 2018 a um globo de ferro que sintetiza a abertura do desfile que concebemos artisticamente para a Grande Rio, em 2022. A releitura do globo de Exu pode gerar múltiplas interpretações poéticas, o que nos reanima e dá novos significados às memórias que bordamos. É interessante pensar que o manto é uma espécie de palimpsesto, com palavras que se sobrepõem em diferentes tempos. Ele já recebeu materiais que sobraram do processo de feitura dos protótipos das fantasias que idealizamos para o desfile de 2026 da Unidos de Vila Isabel, ou seja, ele já é mensageiro do desfile futuro, habitado pelo amanhã. E esse jogo com as temporalidades, infinito e espiral, isso também é Exu!”, destaca Bora. 

Gabriel Haddad e Leonardo Bora desenvolvem, para o carnaval de 2026, um enredo sobre o sambista e multiartista Heitor dos Prazeres, intitulado “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África.” A dupla se divide entre os afazeres diários do barracão, onde as fantasias do desfile vindouro começam a ser reproduzidas e as formas dos carros alegóricos já ganham contornos de ferro e madeira, e outros espaços criativos – palcos, museus, livrarias.

Serviço: Gabriel Haddad e Leonardo Bora – Exposição Prêmio PIPA 2025 
Exposição: 7 de setembro até 16 de novembro/
Local: Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial Praça XV de Novembro, 48 – Centro
Terça a domingo e feriados, das 12h às 18h.
Entrada gratuita 

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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