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Belén: Dolores Fonzi transforma dor em emoção através do corpo feminino

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Baseado em fatos reais, Belén apresenta o caso de uma jovem acusada de homicídio após sofrer um aborto espontâneo, em 2014. Presa preventivamente por dois anos e depois condenada a oito anos, tem ao seu lado Soledad Deza, advogada que assume a defesa contra um sistema judicial opressor, enfrentando instituições e preconceitos.

Com direção de Dolores Fonzi, o longa é inspirado no livro “Somos Belén“, de Ana Correa. Ambientado em Tucumán, na Argentina, Belén retrata a história de uma jovem falsamente acusada de aborto ilegal, interpretada Camila Plaate (em ótima atuação, aliás, o elenco inteiro). As atuações, certamente, trazem mais força a temática abordada.

A direção coesa e firme de Dolores Fonzi e Laura Paredes transforma a dor física em emoção, através do corpo feminino, junto à isso, o movimento feminista entra em cena com força total, mostrando o quanto nós mulheres ainda estamos presas ao patriarcado. Dolores Fonzi e Laura Paredes construíram uma trama bem amarrada e com todas as nuances necessárias.

Infelizmente, falar de aborto abertamente ainda é um tabu na sociedade, porém imprescindível. A temática é necessária e traz o corpo da mulher em discussão como se fossemos objetos inanimados. Ninguém, em tempo algum, tem o direito de se apossar do corpo do outro, seja ele qual for, e em se tratando de nós, mulheres, a luta é ainda maior.

Infelizmente ainda vivemos numa sociedade patriarcal, que se acha no direito de decidir nossas vidas como se fossemos bonecas nas mãos deles. Não somos! E gritaremos por justiça, sempre! As ideologias e filosofias do Feminismo estão a favor da mulher, dá não objetificação do nosso corpo, a favor dos nossos direitos, temos voz, sim, sempre tivemos, mas não nos deixávamos falar, pois falaremos, não, melhor, gritaremos! Nenhum homem pode nos segurar.

Belén se torna um filme crucial na luta feminista, tem caráter substancial e vital. É sobre libertar a sociedade de padrões patriarcais, é sobre abraçar a diversidade de experiências femininas. Dolores Fonzi transforma o filme em um movimento social por justiça, direitos reprodutivos e autonomia corporal. O aborto permaneceu ilegal até 2021, na Argentina. Foi uma flecha certeira

O filme concorreu à Concha de Ouro do Festival de San Sebastián 2025 e agora Belén foi selecionado para representar a Argentina no Oscar 2026. O longa é produzido pela Amazon MGM Studios e pela K&S Films.

*Filme visto no Festival do Rio 2026

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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