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Lucas Paraizo, ímã de audiência na TV e no streaming, estreia no palco com Wagner Moura

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Um dos roteiristas mais disputados da TV brasileira e do nosso cinema, com fenômenos de audiência como as séries “Os Outros” e “Sob Pressão” no currículo, Lucas Paraizo faz sua incursão inicial pela dramaturgia teatral numa companhia duplamente nobre e duplamente prestigiada no exterior: Wagner Moura e Christiane Jatahy. Eles são seus companheiros em “UM JULGAMENTO – depois do Inimigo do Povo”. Wagner Moura volta aos palcos a partir desta quinta no CCBB, não só como ator, mas também como coautor desse experimento baseado na obra do norueguês Henrik Ibsen (1828–1906). 

Há uma triangulação dessa releitura ibseniana entre Wagner, Paraizo e Jatahy, encenadora que é consagrada mundialmente por tensionar os limites entre vídeo, cena e realidade. Professor de escrita de roteiro em aulas concorridas na PUC-Rio, Paraizo ganhou o troféu Redentor do Festival do Rio de 2017 pelo script de “Aos Teus Olhos”. Nessa época, Jatahy fazia experiências nos palcos franceses. 

Aliás, a admiração dele pela diretora passa não só por essa fase europeia dela, mas também por seus sucessos locais, como “Corte Seco” (2009) e “A Falta Que Nos Move” (2009). Em busca de um projeto em que afinassem as visões, Jatahy e Wagner, enfim, chegaram ao Ibsen mais potente: “Um Inimigo do Povo”, de 1882. 

A peça original narra os contratempos do Dr. Thomas Stockmann após a descoberta de que as águas do Balneário Termal de sua cidade estão contaminadas. Ao tentar alertar as autoridades para proteger a população e os turistas, ele vê suas intenções fracassarem e acaba condenado como um detrator público, acusado de querer prejudicar economicamente a cidade e de ignorar a vontade da maioria.

O teatro do Centro Cultural Banco Brasil acolhe essa premissa, mas com vida própria, à luz da miscelânea de ideias de Jatahy, Wagner e Paraizo, ambientadas numa corte judicial de 2025, com signos contemporâneos. Além disso, nessa “reescrita”, o protagonista de Ibsen busca por reparação. Stockmann quer recuperar sua dignidade e, diante de um júri formado pelo público, submete-se a um novo veredito. 

Em “UM JULGAMENTO – depois do Inimigo do Povo”, o personagem de Wagner é médico de uma Estação Balneária no interior do país. Ao lado de sua filha Petra Stockmann (vivida por Julia Bernat, parceira recorrente de Jatahy), ele pede uma retratação pública e uma nova chance de se defender. O espetáculo tem como acusação o irmão do protagonista, Peter Stockmann, vivido por Danilo Grangheia. Ex-prefeito da cidade, ele é o representante das autoridades locais.

O que se inicia como plenária jurídica se transforma em uma disputa familiar, revelando os conflitos por trás da rivalidade entre os irmãos. No papo a seguir, Paraizo explica a brasilidade que existe nesse quiproquó geopolítico.    

O que o Henrik Ibsen pode nos oferecer como balanço sobre o senso do que é justo e do que potencialmente ético na sociedade brasileira?
Lucas Paraizo: 
Certamente, mais do que um balanço, acho que Ibsen nos oferece uma discussão sobre a relação entre ética e os sistemas sociais e econômicos vigentes. Ibsen é um autor que questiona nossos valores e os coloca a prova. 

Que brasileiro é Thomas Stockmann, o personagem de Wagner Moura em “UM JULGAMENTO?
Lucas Paraízo: 
Um brasileiro que coloca os valores coletivos na frente dos individuais. Mas que é, ao mesmo tempo, cheio de contradições e acredita que os fins justificam os meios. 

O que representou para você a imersão no teatro e a troca com uma multiartista como Christiane Jatahy?
Lucas Paraizo: 
Essa é minha estreia escrevendo para o teatro e não poderia estar mais feliz de fazê-lo por um convite da Chris. Sou profundo admirador de toda sua obra e nossas afinidades nos aproximaram. Foi um processo de construção de texto muito feliz. A partir de uma ideia e de um conceito que ela trouxe, fizemos uma releitura da obra num modelo bastante cinematográfico, como é parte de sua linguagem.

Que peso há em escrever para Wagner Moura? Ou que leveza existe nisso?
Lucas Paraizo:
 Wagner, de fato, tem uma potência cênica contagiante e puxa tudo pra cima! Ele faz todos acreditarem no texto e escolhe projetos em que acredita. Tenho muita admiração ética, profissional e pessoal por ele. Sou grato e feliz por ter tido a oportunidade de poder colaborar nesse texto e nesse projeto. 

Como fica sua vida na TV e no cinema? Que novidades em frente?
Lucas Paraizo: 
Estamos montando a terceira temporada de “Os Outros” que estreia ano que vem no Globoplay e estou desenvolvendo mais um projeto em minha parceria com a Luísa Lima.

A peça faz temporada no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, no Teatro II, de 23 de outubro a 3 de novembro./ Classificação indicativa: 16 anos.

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