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Rio Fantastik Festival ocupa o Estação NET Botafogo

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O que significa um festival de cinema fantástico resistir e crescer por dez anos no Brasil? Significa muito mais do que celebrar filmes de terror, ficção científica e fantasia. Significa manter vivo um espaço para imaginar mundos possíveis em tempos cada vez mais assombrados pelo real. De 15 a 22 de outubro, o Rio Fantastik Festival – Festival Internacional de Cinema Fantástico do Rio de Janeiro ocupa o Estação NET Botafogo 2 com uma programação que mistura clássicos, estreias, homenagens e provocações – uma mostra que se tornou referência para os amantes do cinema que desafia as fronteiras do óbvio.

Em sua edição histórica de 10 anos, o festival reafirma seu papel de plataforma para o cinema fantástico nacional, abrindo tela e debate para novos realizadores e consagrados mestres do gênero. O troféu Cramulhão, inspirado no folclore e no imaginário popular, é a recompensa simbólica para filmes que não têm medo de mergulhar no escuro para encontrar outras verdades. Este ano, a curadoria de Carlos Primati apresenta quatro longas e quatro curtas brasileiros em competição – obras que exploram viagens no tempo, terrores cósmicos, monstros, silêncios inquietantes e cidades onde o insólito espreita em cada esquina.

O homenageado da vez é o ator Anselmo Vasconcelos, nome que atravessa a história do cinema brasileiro em personagens marginais, resilientes e perturbadoramente humanos. Sua conexão com o fantástico, marcada pelo papel em O Segredo da Múmia (1982), ecoa como um tributo à coragem de artistas que assumem a contramão e transformam estigma em potência.

No campo internacional, o festival mergulha nas águas turvas do clássico O Monstro da Lagoa Negra (Creature from the Black Lagoon, 1954), exibindo a trilogia original e uma seleção de obras que foram contaminadas pela criatura anfíbia mais popular do cinema. O monstro, afinal, nunca deixou de ser atual: metáfora do medo do outro, da obsessão científica e da própria condição humana.

O júri oficial reúne nomes de diferentes linguagens: a atriz e diretora Beatriz Mussi Grigorevski, o quadrinista Cisko Diz e o produtor/DJ underground Sergio Leandro, ao lado do júri da ACRRJ, composto pelos críticos Ana Rodrigues, Ricardo Cota e Rodrigo Fonseca. O público, claro, também terá a palavra final em sua própria escolha.

Ao longo de uma década, o Rio Fantastik Festival construiu não apenas uma programação, mas um território de resistência cultural. Porque em tempos de algoritmos domesticados e realidades pasteurizadas, um festival de cinema fantástico é também um ato político: um convite para desafiar certezas, encarar monstros e, quem sabe, encontrar beleza no que nos assusta.

SERVIÇO: De 15 a 22 de outubro / Estação NET Botafogo 2 / Rua Voluntários da Pátria, 88 / Classificação: confira a programação

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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