A Porta ao Lado: Júlia Rezende questiona tradicionalismos atuais

Novo filme de Júlia Rezende, A Porta ao Lado questiona a posição da mulher em obedecer certos tradicionalismos atuais, através da mudança de emprego, a necessidade do casamento e a maternidade, mesmo depois de muitas conquistas com o Feminismo. A diretora discute o desejo feminino sob a ótica feminina com feminilidade e fragilidade com mulheres fortes em cena.

Bárbara Paz e Letícia Colin são as grandes protagonistas desse longa onde o certo e o errado podem trocar de posições. Nada na vida é feito a ferro e fogo, porque devemos nos ater a certos desejos se estamos em busca de mais?

Tudo parece correr bem no relacionamento estável entre Mari e Rafa. Pelo menos até que Isis e Fred se mudem para o apartamento ao lado. Os novos vizinhos não escondem que vivem um relacionamento bem mais agitado e aberto, o que vai abalar as estruturas na vida do casal ao lado.

Com Bárbara Paz, Letícia Colin, Dan Ferreira e Túlio Starling, longa aborda a liberdade da mulher em muitos sentidos. O roteiro de Patricia Corso, L.G. Bayão e colaboração de Leonardo Moreira coloca em questão tabus como relacionamento aberto e aborto. Além disso, A Porta ao Lado traz cenas de sexo que compõem a dramaturgia. São extremamente necessárias pelo contexto abordado. Há até certo romantismo nelas, o contexto do longa não as impõem ou a coloca de forma apelativa, apenas retrata um necessidade de se falar sobre desejo feminino.

A Porta ao Lado, certamente, dialoga com a mulher atual e suas questões. Essa ficção com tom dramático consegue transpor à tela, a mulher como dona do seu corpo como um todo. Nossas escolhas são nossas, não dos outros.

Filme visto no Festival do Rio 2022