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Denise Fraga volta ao Rio com Galileu Galilei no Teatro João Caetano

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Depois do sucesso de “A alma boa de Setsuan”, vista por 220 mil pessoas em dois anos e meio em cartaz, Denise Fraga mergulha em outra obra de Bertolt Brecht: “Galileu Galilei” e convida a diretora Cibele Forjaz para dirigir o projeto.

“Galileu carrega em si todas as contradições. É herói e anti-herói. E lança uma pergunta: Até que ponto posso ser fiel ao que penso sem sucubir ao poder vigente?”, detalha Denise Fraga, que reestreia dia 20 de outubro no Teatro João Caetano, o espetáculo “GALILEU GALILEI”. O clássico do dramaturgo alemão é dirigido por Cibele Forjaz . O texto conta a história de uma das maiores injustiças cometidas pela Igreja Católica, num trágico embate entre razão e religião.“Galileu achava que podia se aliar ao poder para viver bem e ainda assim conservar sua liberdade” observa a diretora. Dez atores em cena tocam diversos instrumentos e cantam músicas originais de Lincon Antônio e Théo Werneck.

Diferente da montagem histórica de Zé Celso, realizada em 1968 no Teatro Oficina, a dramaturgia foi confeccionada a 4 mãos por Christine Röhrig, Cibele Forjaz, Denise Fraga e Maristela Chelala. “A clareza de raciocínio, o humor, o fio inebriante por onde Brecht escolhe contar suas histórias nos leva passo a passo a um profundo estado de reflexão”, afirma Denise. Na Itália do século XVII, Galileu é obrigado a mentir sobre sua descoberta de que o Sol é o centro do universo, e não a Terra. Somente em 1992, mais de três séculos após sua morte, o astrônomo é absolvido. E Denise completa:”Será que precisaremos negar nossas maiores verdades, como Galileu, para não ir para a fogueira? Acho que fazemos isso todos os dias. Essa é a questão.”

Na trama, o cientista Galileu, interpretado por Denise, passa a defender e propagar a ideia de que o Sol é o centro do Universo e a Terra se move e gira em torno dele, enfrentando o posicionamento contrário da Igreja. Na Itália do século XVII, o apaixonado estudioso torna-se uma ameaça a quem não aceita os fatos e, logo, cai nas garras da Santa Inquisição. Perseguido, processado duas vezes e ameaçado de tortura, é obrigado a negar suas ideias publicamente. Somente em 1992, mais de três séculos após a sua morte, a Igreja reviu o processo da Inquisição e decidiu pela sua absolvição. Em Galileu Galilei, Brecht coloca em xeque o herói, seu significado social, a discutível necessidade de sua existência numa sociedade que compromete sua liberdade em seus inevitáveis jogos de poder. Com isso, chama toda a plateia para compartilhar de sua questão.

A direção de Cibele Forjaz, que traz à tona polêmicas relacionadas ao atual cenário político(um grande panelaço é utilizado em cena como forma de protesto); o espaço cenográfico de inúmeras analogias ao movimento circular sugerido pelo texto e criado por Márcio Medina; a mistura de atores parceiros de longa data de Denise e de Cibele- Ary França, Lúcia Romano, Maristela Chelala, Vanderlei Bernardino, Jackie Obrigon, Luís Mármora, Silvio Restiffe, Daniel Warren e Théo Werneck-; os figurinos de Marina Reis que vão da Renascença até o futuro próximo; e por fim, a luz de Wagner Antônio que valoriza os ideais de Galileu, são elementos fundamentais na composição do espetáculo. “É uma equipe de dar água na boca” comenta Cibele.

A atriz, que tem 32 anos de carreira, é também idealizadora do projeto, e faz questão de receber o público na porta do teatro ao lado de todo o elenco.‘‘O que eu espero é divertir as pessoas com um espetáculo festivo e fazê-las sair do teatro pensando em qual será a nossa alternativa para escapar desta areia movediça, reiterar a fé na ideia de que o conhecimento e a razão humana ainda são os melhores instrumentos de luta contra a repressão, a injustiça, a miséria e o único caminho possível para o avanço social”. Conclui Denise, que já tinha experimentado um texto do Brecht, de 2008 a 2010, “A Alma Boa de Setsuan”.

Serviço
Teatro Galileu Galilei
Local: Teatro João Caetano (Praça Tiradentes, s/n – Centro)
Temporada: De 20 a 30 de outubro
Dias e horários: Quinta, sexta e sábado às 19h30 e domingo às 17h30
Ingressos: R$ 15,00 (meia) e R$ 30,00 (inteira)
Duração: 130 minutos
Classificação indicativa: 12 anos

Foto: João Caldas

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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