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O Crime é Meu homenageia a Era dourada do cinema em meio ao empoderamento feminino nos anos 30

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François Ozon aborda o Feminismo nos anos 30 em novo filme.

Depois de Verão em 85, o novo filme de François Ozon, O Crime é Meu traz cena uma trama feminista e contemporânea.  Em seu novo longa, Ozon homenageia a Era dourada do cinema em um filme muito contemporâneo sobre o empoderamento feminino nos anos 30, com duas mulheres que unem forças e se ajudam mutuamente para escapar à dominação masculina.

Em O Crime é Meu, Madeleine, uma atriz jovem, pobre e sem talento é acusada de assassinar um famoso produtor. Sua melhor amiga, Pauline, uma advogada desempregada, a defende e ela é absolvida por legítima defesa. Agora, uma nova vida de fama e sucesso começa, até que a verdade por trás do crime é finalmente revelada.

O Crime é MeuEm O Crime é Meu, o cineasta reinventa o estilo Noir com a comedia no estilo pastelão, trazendo uma história a frente do seu tempo, por acontecer em um período onde o machismo e o sexismo faziam parte da sociedade com mais naturalidade. Veja bem, não estou defendo, muito pelo contrário, são apenas fatos, que infelizmente, ainda fazem parte do mundo que vivemos. A diferença é que hoje nós mulheres temos voz e (muitas vezes) nos fazemos ser escutadas. O enredo história tem tudo o que está a acontecendo atualmente com o atual movimento feminista e com a libertação da palavra em relação à violência contra as mulheres.

  Depois de filmes mais sérios, François Ozon encerra sua trilogia de comédias que começou com Oito mulheres e Potiche. Em O Crime é Meu, ele repete a receita com um elenco de cinco estrelas representando todas as gerações e géneros do cinema francês.

Em seu novo filme, Ozon faz uso de um tom leve e divertido, com um mistério que até o detetive Clouseau, de A Pantera Cor de Rosa tentaria resolver. Aliás, o diretor parece beber dessas referencias para construir o personagem Fernand Palmarède, interpretado por Danny Boon. O ator dá o ar da graça de Clouseau com um detetive para lá de trapalhão (e muito divertido).

Além disso, o longa conta com a participação de Isabelle Huppert com uma personagem, certamente, inspirada em Cruella, (sim, eu estou falando da vilã da Disney!). Huppert está exuberante em cena com uma personagem diferente de tudo que já fez. O talento da atriz dá o ar da graça nessa comedia Noir, com o intuito de elevar ainda mais essa obra muito bem elencada e encenada. Nadia Tereszkiewicz e Rebecca Marder são competentes atrizes que protagonizam muito bem O Crime É Meu.

 

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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