Anora: Sean Baker apresenta conto de fadas moderno

Uma história íntima e pessoal, com escrita realista, Anora é assim como pessoas reais. Emocionante e comovente, turbulento como a vida e, as vezes, extremamente triste. O novo filme de Sean Baker se desenrola descontroladamente em vários cenários impecavelmente orquestrados. Aliás, Anora está infinitamente vivo como nos filmes de Baker, um dos cineastas mais humanistas da atualidade trazendo comédia dentro de uma tragédia.

Anora é, certamente, uma nota emocional e que nos pega completamente desprevenidos. O roteirista e diretor apresenta um filme impetuoso sobre a vida lindamente coreografada.

Vivendo uma vida modesta, a dançarina de boate não fica esperando que um cavaleiro de armadura brilhante a leve para longe do clube onde trabalha. Ela apenas cuida de seus negócios com sua clientela e briga com outras garotas da mesma profissão. Mas, de repente, sua vida vira de cabeça para baixo parecendo um conto de fadas como a história da Cinderela, quando o cavaleiro aparece um dia, Ivan (Mark Eydelshteyn), filho pródigo de um oligarca russo. Porém nem tudo são flores.

Como esperado há referências a Uma Linda Mulher, com maratonas de compras, mas este romance se torna uma dramédia quando os pais de Ivan descobrem sobre seu casamento com ela. No fim das contas, Anora se aprofunda e escurece a cada reviravolta e fornece um corretivo violento, como um choque de realidade. Fato é, Anora é uma história de Cinderela, com tom frenético, ardente e profano.

Anora estreou no Festival de Cinema de Cannes de 2024, onde ganhou a Palma de Ouro.