- Publicidade -

 Cazuza: Boas Novas e o antídoto para caretice  

Publicado em:

Agenor de Miranda Araújo Neto, também conhecido como Caju, e mais conhecido como Cazuza nasceu em 4 de abril de 1958. Um ariano nato com destino ao sucesso, se tornou a voz de uma geração que quebrou barreiras. Virou cantor por acaso, transformou o tédio em melodia, se tornou o poeta da rebeldia.

Cazuza desde cedo teve admiração pelas Artes, escreveu poesias, estudou fotografia, até assumir seu lado cantor. A trajetória intensa e, certamente, criativa se tornou tema do documentário Cazuza: Boas Novas, de Nilo Romero e Roberto Moret. O documentário traz imagens raras, vídeos inéditos e depoimentos de artistas como Ney Matogrosso, Gilberto Gil, Frejat e Lucinha Araújo. Cenas emblemáticas e polemicas como o cuspe na bandeira do Brasil estão no enredo.

Nilo sempre foi amigo do artista e parceiro de composições, no documentário, vemos que Cazuza sempre foi sinônimo de ousadia e inovação, fazendo uma imersão emocional que revisitam a sua trajetória.

Cazuza: Boas Novas se concentra nos últimos anos do artista, quando, ao mesmo tempo em que enfrentava a doença, lançou três novos álbuns sucesso de público de crítica. Cazuza: Boas Novas revisita o período mais criativo e intenso da vida do artista. Nos anos de 1987, 1988 e 1989, ele produziu três álbuns, ganhou diversos prêmios e subiu no palco para mais de 40 apresentações do espetáculo “O Tempo Não Para”. Tudo isso lidando com o diagnóstico de AIDS, sob o risco de morte e o agravamento contínuo de sua saúde. 

Pelas janelas escancaradas do Rock, o poeta, cantor e compositor desafiou convenções e marcou gerações. Três décadas e meia depois, sua obra segue viva: nas regravações que atravessam estilos, nos versos que ainda ecoam nas ruas e nos palcos, na coragem artística que continua a inspirar novas vozes.

Conhecido por sua irreverência, se tornou um cronista da geração 80, com suas musicas. Do menino comportado a jovem contestador, Cazuza se tornou símbolo da geração do desbunde e viveu todas as contradições de sua época. Sua existência e sua essência são reverenciadas em Cazuza: Boas Novas. Além disso, o documentário mostra que cantor e compositor era o antídoto para caretice e continua sendo. “Seus heróis morreram de overdose … E os inimigos (seguem) no poder!

“Ideologia” segue tão atual desde o dia que foi composta, assim como “Brasil”, que inclusive, faz parte da abertura da novela das 21h, na voz de Gal Costa, e “Burguesia”, que questiona os economicamente privilegiados dentro de um país tão desigual, em que a maioria da população vivia (e ainda vive) na pobreza.

Fato é, a vida é breve, e Cazuza já cantava isso em “Vida Louca Vida”.

“Vida louca vida
Vida imensa
Ninguém vai nos perdoar
Nosso crime não compensa”

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

Mais Notícias

Nossas Redes

2,459FansGostar
216SeguidoresSeguir
125InscritosInscrever
4.310 Seguidores
Seguir
- Publicidade -