Vocalista do Grupo Biquini Cavadão, Bruno Gouveia, fala sobre o novo álbum

Após lançar em 2015, cd e dvd para celebrar os 30 anos, o Biquíni Cavadão lança o novo álbum “As Voltas que o Mundo Dá” com 12 composições inéditas, produzido por Liminha. Abaixo você confere a nossa conversa com o cantor e compositor do grupo, Bruno Gouveia, sobre o novo trabalho da banda.

Qual é a importância do produtor Liminha nesse novo trabalho?

Bruno Gouveia – Nossos últimos disco foram produzidos em casa pelo guitarrista Coelho e Magal, que atualmente toca contrabaixo. Ter um produtor de fora já seria uma grande diferença. Sendo o Liminha então, muita! E ainda tendo ele no contrabaixo, enriqueceu muito o trabalho.

Como foi o processo de criação do novo disco?

Bruno Gouveia – Fomo gravando faixa a faixa. Só largávamos uma canção quando ela estivesse bem encaminhada. Selecionamos 12 músicas de um total de 30 e a idéia era lançarmos apenas dez. Mas, no final, acabamos lançando todas, empolgados com o resultado geral.

Podemos considerar esse novo álbum uma nova fase da banda?

Bruno Gouveia – Sempre considero um álbum novo uma chance de mostramos a fotografia de nosso som. Com este, não seria diferente. Se esta fase será duradoura ou não, só o tempo dirá.

Quais foram as influências musicais nesse novo álbum?

Bruno Gouveia – Buscamos referências da década de 70, memórias afetivas de infância. O disco como um todo tem uma viagem nos sentimentos, no emocional e nas vivências de cada um de nós.

Vocês tem algum ritual ao encerrar um trabalho e começar outro? E no palco?

Bruno Gouveia – Antes dos shows, sempre desejamos uma boa apresentação entre nós. Também não passa disso. Para os discos, não criamos cerimônia. Cada disco na verdade começa com idéias e canções por vezes muito tempo perdidas. Portanto, um novo disco nem sempre tem músicas feitas nos últimos dois anos. Pelo contrário, pesquisamos nosso próprio repertório antigo e desencavamos canções que por vezes estavam perdidas.

Como vocês enxergam as plataformas digitais no mercado musical? É, definitivamente, o fim, do álbum físico?

Bruno Gouveia – CDs e Lps certamente serão um mimo, uma coisa de colecionador. Em 2004 eu escrevia para uma revista chama Laboratório Pop e dizia que no futuro, não haveria interesse e/ou espaço para guardarmos todos os discos que colecionamos ao longo da vida. Fato. O que falta agora é criamos uma plataforma que permita ser mais informativa, dando o nome dos autores, por exemplo; precisamos de um sistema que possa remunerar toda cadeia produtiva da música através de direitos de exibição. Na hora em que todos tiverem uma conta nas plataformas, isso poderá determinar uma sobrevivência maior dos artistas.

Muitas faixas do disco falam sobre os caminhos que levam as pessoas a se encontrarem. São relatos sobre a vida de vocês?

Bruno Gouveia – Sim, como falei, este disco é um livro aberto sobre nossas vivências, dedicado inclusive a nossas esposas. Ele fala do amor que de repente surge, ou que sem explicar desaparece entre nós. As Voltas Que o Mundo Dá é um recado para vivermos, já que nada é certo e garantido nesta vida.

Foto: Vinicius mochizuki