Clara, enfermeira solitária da periferia de São Paulo, é contratada pela rica e misteriosa Ana como babá de seu futuro filho. Uma noite de lua cheia muda para sempre a vida das duas mulheres.
Cineastas paulistas Juliana Rojas e Marco Dutra tem uma linguagem peculiar em seus filmes, em As Boas Maneiras , o ambiente é construído por sequências de puro deleite visual, combinando o urbano e a fantasia. E os famosos recursos de sons e iluminação, que os filmes de terror possuem. A lua cheia estilizada no céu de São Paulo é um elemento ligado ao mistério que circunda a gravidez, com um olhar gótico, banhado por um céu expressionista. As Boas Maneiras é uma fábula moral, que utiliza da fantasia como narrativa e as imagens do terror para falar sobre a relação maternal.
O sobrenatural se insere aos poucos, organicamente, ao mesmo tempo que utiliza influencias de George A. Romero. Rojas e Dutra adota a via inversa e materializa os demônios da sociedade em torno da instauração de algo estranho entre Ana (Marjorie Estiano) e a nova empregada, Clara (Isabél Zuaa).
*Filme visto durante o Festival do Rio de 2017 / Fotos: Rui Pocas