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ANNA KARENINA: A HISTÓRIA DE VRONSKY TRAZ UM NOVO OLHAR SOBREO ROMANCE

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Personagem clássica da literatura russa e mundial, Anna Karenina retorna às telas do cinema sob o ponto de vista de seu amante Vronsky. Anna Karenina: A História de Vronsky parte do ponto de vista da guerra russo-japonesa, em 1904, na Manchúria. Em um hospital militar russo nas estações de retirada de um vilarejo chinês parcialmente destruído, Sergei Karenin, descobre que o Conde Vronsky, ferido e em recuperação ali, é o homem que arruinou a vida de sua mãe, Anna Karenina. Sem nutrir esperanças ou esperar respostas, Karenin faz a Vronsky a pergunta que o vem atormentando por toda a vida: o que fez a sua mãe tirar a própria vida? Depois de hesitar um pouco, Vronsky concorda em contar a história de seu trágico amor por Anna Karenina, ressaltando que as pessoas só lembram o que escolhem se lembrar. Imerso no passado, Vronsky começa a rememorar uma história de 30 anos atrás e finalmente percebe o quanto, ao longo dos anos, esteve sufocado pelo passado.

Cabe ao cineasta Karen Shakhnazarov assinar a direção, o roteiro e a produção, baseado no romance “Anna Karenina”, de León Tolstói, e nas “Notas de um Médico sobre a Guerra Russo-Japonesa”, de Vikenty Veresaev.

O filme que parte do encontro entre o Dr. Sergei Karenin, filho de Anna, e Vronsky,é muito bem constituído e ambientado. Entre os percalços passionais em meio a conflitos históricos, a direção de arte e o figurino também se destacam pelo trabalho impecável. Uma atmosfera suntuosa é montada em meio à hipocrisia da burguesia.

As atuações são soberbas, mesmo que carregada no tom teatral da obra, talvez essa fosse a proposta do diretor. A densidade dos personagens, assim como das atuações que transcende o romantismo da obra de Tolstoi.

Karen Shakhnazarov captura o romance via flashback, este por sinal, cada vez mais domina as telas, esquecendo, por um momento a realidade de Vronsky na guerra. Aliás, as cenas das batalhas são espetaculares! A linguagem cinematográfica é precisa, ao mesmo tempo em que é grandiosa.

As filmagens foram realizadas simultaneamente às da minissérie Anna Karenina, também dirigida por Karen Shakhnazarov exibida no canal estatal Rússia-1, em 2017. Enquanto a produção televisiva está mais próxima do clássico de Tolstói, o longa, que também estreou na Rússia no ano passado, logo após o seriado chegar ao fim, segue o viés do livro de Veresaev, com um Vronsky envelhecido reavivando as memórias do passado.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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