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MEIA HORA E AS MANCHETES QUE VIRAM MANCHETE

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“O povo gosta de luxo, quem gosta de pobreza é intelectual”, já dizia Joãozinho Trinta.

Não existe forma melhor de abrir essa crítica que fala de um jornal popular que faz enorme sucesso com a classe baixa. Fofocas, esportes, crime são o foco deles que agrada, inclusive, a classe alta. Sim, agrada! Não adiante mentir. Atire a primeira pedra, quem nunca parou na banca de jornal para ler suas manchetes.

“Meia hora e as manchetes que viram manchete” conta a história do tabloide carioca que trata o crime de maneira jocosa e não tem preconceito com os demais (declaradamente, declarado pelos entrevistados).

Manchetes bem-humoradas e abordagens inusitadas nos aguardam todas as manhãs indo para o trabalho.

O famoso jornal popular carioca usa de humor negro e trocadilhos diariamente (é quase um stand-up) e permite ao povo uma leitura mais divertida, assim somos levados da mesma forma pelo documentário que conta a sua história.

Aqui, tiro vira “pipoco”; facção criminosa é “bonde sinistrão”; bandido escondido “tá malocado”, vivo “toca o terror”, e morto “levou ferro”; a polícia, quando invade, “dá sacode”, quando atira, “senta o dedo”, quando prende, “mete em cana”; cadeia fica melhor como “tranca”, “jaula” ou “xilindró”; ladrão de galinha é “vagabundo”; estuprador é “monstro”; o exterior é tratado de “no estrangeiro”; e mulher bonita ganha adjetivos hortifrutigranjeiros como morango, melancia, maçã, cereja e jaca.

Criado a partir de pesquisas e um estudo de caso, o jornal Meia Hora não se considera meia boca.  Sim,  é um veiculo de comunicação popular, que foi criado para concorrer com o jornal Extra.

A polêmica é a fonte do seu sucesso! Destaques e intensidade fazem parte de suas noticias.

Divertido, engraçado e verdadeiro, “Meia hora e as manchetes que viram manchete” conta com declarações dos principais realizadores desse projeto.

Vale a pena conferir!

O documentário esteve em cartaz na Mostra Première Brasil: Competição de Documentários – longas do Festival do Rio de 2014.
Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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