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Felipe Nepomuceno fala sobre as questões sociais de de Lugar de Fala

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Utilizando a câmera de um aparelho de telefone celular, nenhum recurso de iluminação artificial, e valendo-se de sua condição de estudante do Curso de Graduação em Direção Teatral na UNIRIO, Felipe Nepomuceno convidou mais de 70 estudantes, dos quais 32 estão no filme, para entrar em uma pequena sala do Departamento de Estética e Teoria do Teatro do Centro de Artes e Letras, e falar com total liberdade sobre suas vidas, pensamentos, sentimentos, memórias, e fazer performances musicais e teatrais, a partir de suas vivências na Universidade.

Lugar da Fala foi filmado apenas por um celular, o documentário se propõe a falar com total liberdade sobre suas vidas, pensamentos, sentimentos, memórias, e fazer performances musicais e teatrais, o que te levou a dirigir um projeto tão convidativo aos estudantes em geral?
Felipe Nepomuceno – As questões do filme estão cada vez mais latentes e dizem respeito a todos nós, estudantes ou não, que estamos vivendo neste Brasil. Ainda mais no contexto das escolas e universidades públicas, que o atual governo federal tem a intenção de destruir, assim como a liberdade e a cultura como um todo.

Temas como racismo, machismo, homofobia, transfobia, assédio, também são abordados no filme, como você trabalhou ambas as temáticas ao mesmo tempo em sua narrativa?
Felipe Nepomuceno – Estas temáticas existem ao mesmo tempo mesmo, são a tragédia brasileira dos nossos tempos, especialmente em relação aos mais pobres e moradores das comunidades e periferias, que alguns pretendem exterminar, seguir violentando e silenciando.

O filme usa passagens de textos de William Shakespeare, Federico García Lorca, Lima Barreto e Hilda Hilst, como foi esse processo de pesquisa e o que te levou a usar a fala deles misturadas com tempos tão diferentes?

 Felipe Nepomuceno – O filme não tem pesquisa prévia. Durante as gravações, pedi para cada colega recitar um poema, cantar uma música, interpretar um fragmento de uma peça ou improvisar. Foi muito bom assistir estas obras, de séculos tão distantes entre si, falando entre nós. De alguma forma, uma demonstração de como a arte resiste e persiste, sempre.
“Lugar da Fala” foi realizado de forma totalmente independente, porque?
O cinema nasceu independente. Então, por que não ser assim?

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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