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HISTERIA

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Durante o século XIX, a ansiedade, a irritabilidade e a insônia eram reclamações frequentes de mulheres em consultórios psiquiátricos. Entre os médicos, o diagnóstico mais comum era de histeria, uma doença psíquica exclusivamente feminina.

A trama se passa na Londres vitoriana de 1880, quando dois médicos  se juntam para tratar a doença.
Para curar a enfermidade, era preciso acalmar o ânimo da mulherada. O primeiro conselho dado às mulheres casadas era animar a relação com o marido, pedindo que ele fizesse carinho na sua vagina com as mãos. Se não desse certo, o tratamento às casadas era o mesmo oferecido às solteiras: massagem vulvar, feita pelo próprio médico.
Ciente de que as origens do problema encontravam-se no útero, um médico tratava suas pacientes com massagens no interior da vagina, provocando um efeito secundário : o prazer sexual.
O problema é que algumas mulheres necessitavam de massagens que duravam horas. E os médicos ficavam com os dedos ocupados o dia todo, provocando tendinites nas mãos. Para aliviar as mãos desses profissionais e as dos maridos, Mortimer Granville junto a Edmund St. John-Smythe inventam o primeiro vibrador, o aparato elétrico que  revoluciona o tratamento.
Nasceu então um instrumento elétrico, o primeiro vibrador da História que estava bem longe de ser um “brinquedinho” sexual, era apenas um objeto prescrito por médicos com o intuito de curar a histeria.
O primeiro vibrador elétrico só começou a ser comercializado no século XX, em 1902, pela empresa norte-americana Hamilton Beach, especializada em equipamentos de cozinha. Enfim, o remédio para curar a histeria feminina poderia ser levado para dentro dos lares.
Mesmo tendo se tornado um objeto doméstico, até os anos 1920, os vibradores não eram brinquedos sexuais. A publicidade da época, inclusive, anunciava as várias utilidades do produto (e nenhuma delas era erótica). Mas nos anos seguintes, os vibradores começaram a ser utilizados em filmes pornográficos e a sua imagem ganhou uma conotação sexual. Aos poucos, os brinquedos foram sendo proibidos pelos maridos e as propagandas em revistas e jornais começaram a desaparecer. O remédio virou fetiche.
Essa é uma história real, sério mesmo!
Além de  conhecermos a história sobre o primeiro vibrador, o filme conta com um elenco estelar,  uma pena que o sotaque americano de Maggie Gyllenhaal atrapalha um pouco. De tudo, a Direção de Arte é belíssima, o roteiro é interessante sem ser massante e a direção de Tanya Wexler surpreende. Vale a pena conferir!
Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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