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INSURGENTE

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Quando recebi o convite para assistir a “Insurgente”, corri para ver primeiro “Divergente”, que havia decidido não ver na época, confesso, por puro preconceito. Tá, o filme não é nenhuma obra prima, mas me surpreendi pois achei o filme divertido. Mas preciso dizer que, antes de começar a sessão, me coloquei no meu devido lugar, ou seja, reconheci que eu não era o público-alvo daquele filme e que teria que assisti-lo com outros olhos.
 
O que quero dizer é que baixei minhas expectativas ao máximo, e acabei me envolvendo com aqueles personagens, apesar de todos os problemas de roteiro e da premissa simplista no qual ele se baseia. Acabei me dando conta que estava realmente curioso para saber a continuação da história, principalmente quanto ao futuro do relacionamento de Tris Prior, interpretada por Shailene Woodley e Four, interpretado por Theo James. Sim, fiquei mais preocupado com o futuro do casal do que com o futuro daquela sociedade, e acho que isso diz algo sobre o filme também.
 
“Insurgente” sofre com o fato de ser o filme do meio, numa trilogia que ainda terá mais dois filmes, seguindo a tendência mercadológica de dividir o último livro da série em dois e destruindo o próprio sentido da palavra trilogia, mas vamos deixar isso pra lá. Nesse episódio, Tris está sofrendo com impulsos violentos que não são muito bem explicados mas servem como recurso de roteiro para o grand finale. Four, por outro lado, parece perdido e sem muito propósito, ficando totalmente apagado frente ao furacão que Tris se tornou e agindo de forma errática, simplesmente, mais uma vez, para servir ao roteiro e sem muita coerência com o interessante e misterioso Four que vimos anteriormente. Isso pode ser explicado pelo fato deele estar agora na presença do abusivo pai (que se safou gloriosamente, já que ninguém parece preocupado em levá-lo a justiça por abuso infantil), e da mãe, Evelyn, interpretada por Naomi Watts que, apesar de ter já seus 46 anos, parece jovem demais para ser mãe de Four, que aparenta ter lá seus quase 30.
 
Nesse filme também conhecemos melhor as duas facções que não foram exploradas no primeiro filme – Amizade e Franqueza – e os Sem-Facção. O problema é que quanto mais mergulhamos no mérito desse sistema, mais percebemos que ele não se sustenta. Pra se divertir com o filme, temos que esquecer isso e aceitar como se fosse uma fábula, uma fantasia (e não uma ficção científica, o que exigiria um comprometimento muito maior com a lógica na construção daquele mundo).
 
Portanto, apesar de seus muitos problemas,” Insurgente” cumpre bem seu papel, dentro dessa nova safra de filmes baseados em livros focados ao público mais adolescente. Eu não vejo problema nenhum nisso, graças a esses filmes nunca se vendeu tantos livros para jovens quanto hoje em dia (e eu acabei de perceber que estou falando que nem velho).
 
O fato é: o filme não é ótimo, não é pra qualquer público, seus conceitos distópicos são mais furados que queijo suíço e além disso, o roteiro é forçado. Mas proporciona boa diversão, se você esquecer tudo isso e lembrar que todas as principais dúvidas que tivemos na nossa adolescência estão retratadas ali, ou seja, dependendo da idade, muita gente vai se identificar com a história de Tris e a sensação de não se encaixar, de querer se rebelar contra a sociedade, de sentir que não está fazendo da vida o que deveria.
 
E o pior é que, apesar daquele final duvidoso, estou curioso pra ver onde vai dar… e mais um filme só bastaria. Sem 3D.
Por: João Wolf

 

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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