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“DOROTÉIA”, DE NELSON RODRIGUES, CHEGA À BARRA NA CIDADE DAS ARTES

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 “DOROTÉIA”, DE NELSON RODRIGUES, CHEGA À BARRA
– reestréia na Cidade das Artes no dia 07 de maio –
Espetáculo comemora os 60 anos de carreira de Rosamaria Murtinho, que faz a protagonista Dona Flávia, e traz Letícia Spiller no papel título, a prostituta Dorotéia
O espetáculo “Dorotéia” chega à Barra, para uma temporada na Cidade das Artes, com estreia dia 07 de maio onde permaneceaté dia 29/05, com apresentações aos sábados e domingos. A peça estreou em fevereiro no Teatro Tom Jobim, com enorme sucesso e direito a prorrogação de mais um mês na temporada.
Rosamaria Murtinho e Letícia Spiller estão juntas em cena, como a fera e a bela, nesta montagem de “Dorotéia”, texto de Nelson Rodrigues, com direção e encenação de Jorge Farjalla. Rosa interpreta a protagonista Dona Flávia, uma mulher feia, frustrada e infeliz que faz de tudo para destruir a beleza da prima Dorotéia, ex- prostituta, uma pecadora incorrigível, porém arrependida, vivida por Letícia. Ambas encenam pela primeira vez um texto de Nelson Rodrigues.
 “Sempre interpreto mulheres ricas e sofisticadas. Queria uma personagem que me desconstruísse completamente, e pedi isso ao Farjalla”, revela Rosamaria, que idealizou o projeto junto com o diretor, dentro das comemorações de seus 60 anos de carreira.
Letícia Spiller se descobriu apaixonada por “Dorotéia”. “Logo que comecei a estudar teatro, o meu desejo era fazer essa peça”, lembra ela que, mais de 20 anos depois, enfim recebeu o convite do diretor Jorge Farjalla e de Rosamaria Murtinho para encená-la.
“Sou um privilegiado por trabalhar com duas gerações de grandes atrizes, com personagens de peso e no texto de Nelson. A energia que a Letícia tem é exatamente o que eu queria para a Dorotéia e Rosinha traz a visceralidade peculiar à Dona Flávia”, diz Farjalla.
“Dorotéia”, escrita em 1949, fechou o ciclo das obras do teatro desagradável de Nelson Rodrigues, classificado pelo crítico Sábato Magaldi como “peças míticas”. O texto é uma ode à beleza da mulher onde a heroína, título da obra, segue em busca da destruição de sua própria beleza para se igualar à feiúra de suas primas: Dona Flávia, Maura e Carmelita. É uma mistura de sonho, pesadelo, desatino e destino irremediável. Por um momento paira a esperança de que a maldição não se cumprirá, mas ela é irrecorrível. As imagens e símbolos da obra de Nelson Rodrigues são um espelho irônico do desespero do autor expondo sua visão desencantada do espírito humano e, ao mesmo tempo, enfeitiçada por suas contradições, além da exposição sobre a histeria e sobre o amor impossível recorrentes do início do século.
Ancorada na obra de um dos maiores dramaturgos do Brasil, a montagem de “Dorotéia” faz uma releitura desse clássico e traz à cena uma leitura particular da única farsa escrita por Nelson Rodrigues, mantendo e ampliando o diálogo com questões contemporâneas, através do olhar de Jorge Farjalla e do trabalho do elenco que conta, além de Rosamaria e Letícia, com Alexia Deschamps (Maura), Dida Camero (Dona Assunta), Anna Machado (Maria das Dores) e Jaqueline Farias (Carmelita).
Outro ponto alto do espetáculo – e que o diferencia das demais encenações – é o coro masculino, não presente na obra, batizado pela direção como “Homens Jarro” que representa tanto a aparição do signo “jarro”, símbolo que está no texto, como os homens que passaram pela vida da ex-prostituta. Esse coro permeia a encenação executando ao vivo os sons e a trilha do espetáculo.
Com cenografia de Zé Dias, figurinos de Lulu Areal e direção musical de JP Mendonça, a peça tem ainda, como Homens Jarro, os atores/músicos Fernando Gajo, Pablo Vares, André Américo, Du Machado, Daniel Veiga Martins e Rafael Kalil.
Sinopse
Dorotéia, ex-prostituta que largou a profissão depois da morte do filho, vai morar na casa de suas primas, onde há 20 não entra homens, três viúvas puritanas e feias que não dormem para não sonhar e, portanto, condenadas à desumanização e à negação do corpo, dos sentimentos e da sexualidade. Dorotéia, linda e amorosa, nega o destino e entrega-se aos prazeres sexuais. Este é seu crime, e por ele pagará com a vida do filho buscando a sua remissão.
Na história desta família de mulheres, o drama se inicia com o pecado da avó, que amou um homem e casou-se com outro. É neste momento que recai sobre todas as gerações de mulheres da família a “maldição do amor”. Elas estão  condenadas a ter um defeito de visão que as impede de ver qualquer homem, se casam com um marido invisível e sofrem da náusea nupcial – único sinal de contato que teriam em toda vida com o sexo masculino. Dorotéia, em troca de abrigo, aceita se tornar tão feia e puritana como as primas.
Serviço:
Teatro “Dorotéia”
Local: Cidade das Artes (Av. das Américas, 5.300 – Barra da Tijuca, – Tel:  3325-0102)
Temporada: de 07 a 29 de maio/2016
Horário:  sábado: 20hs; e domingo: 19hs
Preço: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25 00 (meia)
Vendas: na bilheteria do teatro e no www.ingressorapido.com.br
Classificação: 16 anos
Duração: 90 min.
Capacidade: 150 lugares
Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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