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Maresia de Marcos Guttman aborda a temática da Arte, confira a entrevista

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Primeiro longa-metragem de Marcos Guttman  conta com Julio Andrade e Mariana Nunes no elenco.

Na noite desta quarta-feira, 8 de Novembro, aconteceu a Premiere do longa Maresia de Marcos Guttmann. O filme que é uma adaptação do livro “Barco a Seco”, de Rubens Figueiredo, premiado com o Jabuti em 2002, venceu os prêmios de melhor ator (Júlio Andrade) e diretor (Marcos Guttmann) no 26º Cine Ceará – Festival Ibero-Americano de Cinema. Participou da 40ª Mostra São Paulo e também de festivais internacionais: FESTIN – 7º Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, em Portugal, Festival Internacional de Havana, em Cuba, e Festival de Montreal, no Canadá.

Conversamos com o diretor e os protagonistas do longa sobre o processo de criação e construção do filme e de seus personagens.

Foto: Andre Camara
Foto: Andre Camara

O diretor Marco Guttman conta que “Maresia é um filme sobre duplo, sobre o que é falso, o que é verdadeiro, o que é real, o que é imaginário, construção e desconstrução da narrativa”. Ele ainda conta o que o levou a a transformar a obra em filme: “A dualidade entre os personagens foi o que me fez perceber o quão cinematográfico é essa obra, apesar de ser extremamente literário, ele é muito cinematográfico.

O diretor ainda cita como referência a história de Han van Meegeren, um dos maiores falsários de todos os tempos, especialista em criar quadros que reproduziam em detalhes o estilo e a técnica do pintor Johannes Vermeer. No final dos anos 30, uma de suas reproduções foi exposta no principal museu da Holanda. Com a II Guerra Mundial, van Meegeren foi preso por evadir patrimônio cultural holandês para os nazistas. No tribunal, ele se defende dizendo que não evadiu o patrimônio cultural holandês, mas sim enganou os nazistas, assumindo que falsificou os quadros e ainda demonstrou como em pleno tribunal.

Marcos complementa: “Essa arbitrariedade a despeito entre a qualidade da obra em si também era uma coisa que me instigava”.

“O filme é sobre Vega! É o personagem mais apaixonante, sem sombra de dúvida, mas tudo o que a gente sabe sobre Vega é mediado por Gaspar, que desconstruído por Cabrera”.

Sobre o titulo do filme, Marcos conta que foi em um laboratório na Argentina com uma consultora do Festival de Roterdam, “eu falei para ela que queria que o filme fosse muito sensorial, que o espectador se sentisse próximo ao mar, que sentisse a maresia, ai eu expliquei para ela o significado de maresia, ai ela falou que palavra linda essa, por que você não muda o titulo do filme, e assim foi”.

Foto: Dan Behr
Foto: Dan Behr

O ator Julio Andrade, protagonista do filme contou sobre o processo de criação de seus personagens Vega e Gaspar. “A construção dos personagens é uma busca durante o processo, não me preocupo em construir trejeitos, ou como ele vai falar ou como vai andar , que vêm muito do teatro. O meu trabalho é muito mais intuitivo, eu me abro para as coisas que estão acontecendo”, complementando, “A gente fez um filme primeiro, depois o outro, na realidade eu contruí assim o Vega, depois o Gaspar. Me atentei muito ao personagem do Vega no inicio, sem pensar no Gaspar em nenhum momento. Depois eu corto o cabelo, passo por uma transformação, eu me dispo de um personagem e vou para o outro, um experiencia muito bacana, totalmente asséptica, são personagens totalmente opostos”.

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Foto: Divulgação

O ator ainda conta que tem fascínio pelo mar, e que o filme o ajudou a enfrentar um trauma de infância durante o processo de filmagem.

Questionamos o ator se o filme é filosófico que logo diz “Maresia não tem essa pretensão, mas acaba sendo. Ele tem questões filosóficas, são naturais, ele é um filme despretensioso nesse sentido, é um filme que te permite muitas leituras”.

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Foto: Divulgação

A atriz Mariana Nunes diz que o filme brinca com a questão da originalidade de uma obra de arte e acrescenta “o filme questiona a assinatura ou a semelhança entre as obras”. Se ela considera o filme é filosófico: “Certamente, mas eu não me arriscaria a fazer um comentário nesse sentido, não”.

Maresia conta a história d Gaspar Dias, um perito de arte, especializado na obra de Emilio Vega, pintor morto há 50 anos. A inesperada visita de Inácio Cabrera, em busca de autenticidade para mais um quadro supostamente de Vega, de quem diz ter sido amigo na juventude, abala as convicções de Gaspar com revelações perturbadoras.  Cabrera desmente várias ideias do especialista a respeito de Vega, com informações de difícil comprovação. Afinal, quem é o verdadeiro Vega?

O filme entra em circuito nacional dia 17 de Novembro.

Confira a crítica: https://rotacult.com.br/2016/11/maresia/

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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