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“Internet – O Filme” falha em propor uma pose humorística

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internet o filmeO Oscar é o evento que premia as melhores obras cinematográficas do ano. Quando um longa-metragem se encontra do outro lado do espectro, ele passa a concorrer ao Prêmio Framboesa do Ano, dedicado aos piores filmes do ano, é exatamente esse o caso Internet – O Filme,  indicado fácil na categoria nacional.

Reunir cerca de vinte youtubers em uma só história não é tarefa fácil. Por isso, o roteirista Rafinha Bastos, que também atua no papel de Cesinha Passos, criou sete curtas narrativas para encaixar cada um e tentar misturá-los em improváveis grupos. A premissa que mistura todos é uma: o que realmente acontece em um evento de youtubers, e como agem os principais ídolos por trás das câmeras. Tudo começa com Uesley (Gusta Stockler), ele é a atração principal até que o casal Mateus (Felipe Castanhari) e Nathalia (Pathy dos Reis) se forma e é revelado em um vlog seu, roubando o holofote e fama de Uesley.

Vepê (Teddy), ao lado de Tito (Julio Cocielo) e Rafa (Igão Underground) apostam uma passagem para Los Angeles para quem ficar com Barbarinha (Polly Marinho). Enquanto isso, Paulinho (Rafael Lange, o Cellbit), gamer campeão de Street Fighter V é sequestrado pelo pior jogador da liga. O casal interpretado por Maurício Meirelles e Micheli Machado estão passando por uma crise, eles tentam animar o cão Brioco (Cachorro Jaquelino) a voltar a gravar para seu canal pet.

Cesinha Passos (Rafinha Bastos) é conhecido na internet por destratar as pessoas, mas ao contratar o assistente Adalgamir (Paulinho Serra), isso pode (ou não) mudar para sempre. No mesmo hotel em que o evento está acontecendo, estão Malu (Thaynara OG) e Fabi (Gabi Lopes), a primeira ama os influenciadores, mas a segunda os detesta, mas faz os prazeres da amiga por ser seu aniversário. Por último, Robson (Cauê Moura) morre após ser pisoteado por fãs do Felipe Neto e vai para o purgatório, onde Deus (Mr Catra) e o Anjo Gabriel (Victor Meyniel) irão decidir se ele merece entrar no céu ou não.

Se já é difícil compreender uma sinopse dessas, assistir aos 96 minutos não facilita. Além de um roteiro com piadas sem graça, o trabalho de edição, que deveria unir os enredos e deixar o público curioso do desfecho de cada um, passou a impressão de desleixo. Qualquer que tenha sido a decisão do diretor Filippo na pós-produção, pareceu mais uma colagem, do que uma narrativa da arte de editar.

Algumas aparições rápidas, como a de PC Siqueira e do canal Treta News, não foram sequer mencionadas no elenco, seja para causar surpresa ou porque foram uma decisão de última hora (mas de qualquer forma não adicionaram nada de relevante ao filme). Outro fato interessante foi a escolha de nomes fictícios para todos os personagens (menos a menção de Felipe Neto). Uma estratégia peculiar que causa confusão não só em quem não reconhece cada um dos youtubers, mas também nos próprios fãs, afinal são muitos personagens e o reconhecimento dessas pessoas vêm pelo nome usado no site Youtube.

Infelizmente, esse é o tipo de filme que faz uma geração repudiar produções nacionais, e perder as esperanças na comédia. “Internet – O Filme” falha em propor uma pose humorística, utilizando memes ultrapassados, um humor barato e histórias sem nexo ou apelo. Em uma era em que influenciadores saem das redes sociais, vê-los sair da tela do monitor para a telona não é uma transição serena, principalmente quando empurrados para uma comédia em que nem mesmo os erros de gravação conseguem arrancar uma risada.

 

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

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