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Diretor de “O Grande Sucesso”, Diego Fortes fala sobre a criação da peça

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Entrevistamos o diretor e autor da peça, Diego Fortes que retorna aos palcos com o espetáculo “O Grande Sucesso”, com Alexandre Nero, em cartaz no Teatro Clara Nunes. A peça conta a história de um grupo de artistas secundários que esperam na coxia sua vez de entrar em cena. Com trilha musical original cantada e tocada ao vivo, o elenco discorre de maneira filosófica e muito bem humorada sobre sucesso e fracasso.

Quais são as dificuldades de escrever um texto cheio de metáforas e metalinguagem?

Diego Fortes – Sinceramente, escrever utilizando essas ferramentas de linguagem vem de forma mais natural do que uma dramaturgia convencional para mim – como na primeira versão que tínhamos do texto. O linear me custa muito mais. Demora muito mais. Mas o grande desafio disso é achar o equilíbrio entre o inusual e o entendimento. Acertar a distância entre a nossa loucura e o acesso do público.

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Foto: Priscila Prade

“O grande sucesso” é um espetáculo bem condensado que consegue se comunicar com o público e tirar boas gargalhadas. Como foi o processo de construção e criação da peça?

Diego Fortes – Havia um primeiro texto do qual utilizamos alguns elementos, mas percebemos a necessidade de criar algo que partisse especificamente dos artistas envolvidos. Começamos um processo de improvisos e eu fui anotando falas, gestos, cenas, propostas e até mesmo coisas que eram ditas nos ensaios sem estarmos necessariamente ensaiando. Então, organizei uma dramaturgia que foi sendo alterada no processo de encenação e no encontro com os artistas.

A peça questiona a busca ideal do ator? Seria uma mistura de realidade e fantasia de forma melancólica?

Diego Fortes – Nossa intenção era desmistificar este ideal do ator. Os clichês são apresentados numa mistura de crítica e de ternura. Há uma inocência necessária para começar nessa profissão, mas logo é preciso um choque de realidade para ser possível continuar.

Para o ator ter sucesso na carreira, é preciso já ter fracassado em algum momento da vida?

Diego Fortes – Acho que para qualquer coisa. Não sei se é possível ter sucesso sem tentar. E tentar implica em fracassar algumas vezes. Ninguém acerta sempre. Há quem erre sempre… (rs) Mas, falando sério, penso que aí também há que se definir melhor o que pode ser considerado sucesso ou fracasso.

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Foto: Priscila Prade

A peça é baseada na carreira de Alexandre Nero, mas vai muito além disso, o texto fala de experiencias que todo e qualquer ator tem durante a sua carreira, de forma bem filosófica. Qual é a importância da filosofia na carreira do ator?

Diego Fortes – A peça é baseada em experiências de todos os integrantes do elenco e da equipe de criação e recheada de histórias sobre público, sobre fãs, sobre patrocinadores e comentários da internet. Sobre a filosofia, penso que, para ser artista no século XXI, você tem que ter algum conhecimento sobre filosofia, psicologia, política, História da Arte, cultura pop, etc. Não há como ser apenas um virtuose na sua área e se alienar para o resto. Nesse sentido, nosso elenco é profundamente renascentista: são músicos que interpretam, atores que tocam e cantam, estudam russo, dançam balé, são palhaços, entendem de cerveja, física quântica e teoria da informação.

As pessoas entendem que musicais são grandes produções. É possível desmitificar essa imagem?

Diego Fortes – Nossa proposta era criar um espetáculo inédito, original e provocador. “Tentativa” foi uma palavra bastante usada na criação da peça. Há momentos que são deliberadamente, digamos, “amadores” porque julgamos necessário tirar sarro da tentativa de criar algo no estilo Broadway. Acho que há espaço para todas as coisas. O que nós esperamos é que haja diversidade nas produções e que o público seja beneficiado com mais alternativas.

Serviço:
Musical ‘O Grande Sucesso’
Temporada: 10 de março à 30 de abril
Horário: Sextas e Sábados às 21h30 e Domingos, 20h
Local: Teatro Clara Nunes (Rua Marquês de São Vicente, 52, segundo piso – Shopping da Gávea)
Ingressos: Sextas-feiras R$ 80,00 (Inteira) e R$ 40,00 (Meia)
Sábados e Domingos R$ 100,00 (Inteira) e R$ 50,00 (Meia)
50% de desconto para clientes Porto Seguro e acompanhante
Duração: 105 minutos
Capacidade: 435 lugares
Classificação: 14 anos
Horário de funcionamento da bilheteria: de segunda a domingo, das 15h às 20h

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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