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A representatividade de Gangues de Nova York na história americana

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Por: Leandro Fonseca

Gangues de Nova York é filme que divide opiniões, uns amam e outros acham que o filme é uma bola fora de Martin Scorsese, que aqui inicia sua parceria de sucesso com Leonardo DiCaprio que divide o protagonismo do longa com Daniel Day-Lewis e Cameron Diaz.

O roteiro é baseado no livro escrito em 1928, e se tornou um amor antigo de Scorsese, que sempre sonhou transformar em filme. A história apresenta uma embrionária Nova York, entre 1846 e 1863 e mostra o nascimento da máfia, com pitadas de xenofobia, racismo e rivalidade entre gangues de italianos e de irlandeses. Uma delas é a Dead Rabbits, cujo líder foi assassinado e seu filho, Amsterdam Vallon (DiCaprio), jura vingar-se do assassino Bill “Açougueiro” Poole (Day-Lewis). O que ele não poderia imaginar nessa jornada passados 16 anos, é que além de se tornar um protegido de Bill, ele acaba se apaixonando por uma integrante da gangue (Diaz), o que torna mais complicado seu plano de vingança. O filme traz um recorte vil da cidade, focalizando a corrupção, os criminosos e os marginais que nelam circulam. Como pano de fundo, o drama da Guerra Civil, que assolou no país naquele período.

A película com os seus longos 167 minutos, ainda não traz melhor forma da dobradinha DiCaprio/Scorsese, mas tem qualidade, embora o roteiro parece um pouco solto e se desvirtue por detalhes que poderiam ser facilmente ignorados para não cansar e confundir a audiência, recomendo uma breve leitura da história americana do período para não ficar totalmente perdido.

A cenografia de Dante Ferreti, que impressiona ao reconstruir em estúdio (na Itália) um bloco inteiro da cidade, e a fotografia cheia de contrastes de Michael Ballhaus,

DiCaprio não chega ser o “mocinho” da trama, assim como Day-Lewis não pode lá ser considerado completamente como o vilão. Tudo depende do ponto de vista com que o espectador assiste ao filme, mas o bigodão postiço e a cartola gigante flertam com o ridículo, no geral os exageros nos figurinos incomodam um pouco, mas as cenas de violência e reviravoltas políticas e atuações destacadas como a Daniel Day-Lewis, fazem tudo isso ficar esquecido, proporcionando uma sensação de aceleração e desaceleração interessante.

A trilha sonora do filme poderia ser mais bem trabalhada trazendo temas de época e não tantas músicas já conhecidas, apesar que a execução de “The Hands That Build America”, do U2, enquanto uma transição de tempo vai mostrando a evolução da cidade de Nova York, foi uma uma boa sacada.

Mesmo com as suas falhas,Gangues de Nova York recebeu 10 indicações ao Oscar 2003 e voltou para a casa com as mãos abanando. Day-Lewis, que era um dos grandes favoritos, perdeu o prêmio para Adrien Brody, de O Pianista.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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