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Animação sobre Emojis, da Sony Pictures, chega aos cinemas

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Dois pontos e parênteses fechado. Essa pontuação não faz sentido algum quando dita dessa forma, mas siga as instruções e o resultado é um emoticon. Até mesmo esse tipo de comunicação já ficou ultrapassada e não é mais através de combinações do teclado que as crianças expressam seus sentimentos, mas sim por meio de emojis. Com estreia marcada para 31 de agosto, Emoji: O Filme conta a história de Gene, um “Meh” (uma carinha desinteressada) que não se encaixa com seu papel de emoji, parte em uma jornada de autodescoberta ao lado do “Toca aqui”, e da misteriosa “Rebelde”. Juntos eles vão fazer descobertas incríveis sobre o mundo atual e ainda se divertir muito ao longo do caminho.

Essa longa jornada que levará os protagonistas até as respostas que procuram começa em Textopolis, a cidade onde todos os Emojis vivem. O sonho de todos eles é ir para a aba dos favoritos. Quando Gene, filho único de uma família de “Mehs” vai para seu primeiro dia de trabalho no aplicativo de mensagens do celular, ele não consegue fazer a expressão que nasceu para ser. Sem conseguir aceitar que não pode ser diversas emoções ao mesmo tempo, ele esbarra no “Toque Aqui” , ex-favorito que nunca superou sua perda de popularidade. Os dois acham a hacker “Rebelde”  e vão em direção ao app da DropBox para se reconfigurarem nos padrões da sociedade, mas até a aventura se completar, será que ainda vão querer se encaixar na norma?

Assim como o protagonista, o filme inteiro tem problemas em se encaixar no padrão. Infelizmente, isso não significa que Emoji: O Filme surpreendeu, e foi além das expectativas, saindo do convencional. Na verdade, o longa tenta tão intensamente se identificar com a nova geração que vive no celular, se comunica por símbolos, e não vive dentro de uma caixa, que perde a oportunidade de desenvolver personagens, histórias e se aprofundar de verdade em um roteiro bem construído. A conversa na sala dos roteiristas com o diretor Tony Leondis poderia facilmente ter sido uma reunião com investidores sobre quais aplicativos pagariam para aparecer em um filme de animação.

Candy Crush, Wiichat, Youtube, Spotify, Twitter, Just Dance e Facebook toparam a ideia e pagaram pelo espaço de anúncio gigante que tiveram. Ou seja, mesmo o filme tendo uma nota de 8% no Tomatômetro, a Sony Pictures certamente já garantiu lucro, porque as empresas que entraram no esquema, custearam a produção. No que parece uma propaganda de uma hora e meia em tela grande, as crianças só vão gostar dos cenários porque são uma extensão do que veem em suas telas portáteis de cinco polegadas, e apenas uma ou outra piada conseguem ser originais o suficiente para fazer a criançada rir.

Durante o longa, há um discurso inicial sobre falta de atenção da juventude e uma cena de professor em sala de aula comparando hieróglifos com emojis, claramente, o tipo de assunto que crianças ouvem sempre e querem evitar ao máximo repetir. Apesar de falar tanto em como a baixa concentração da juventude é uma concepção errada da geração antiga, o filme conta com flashbacks perto do final, como se a memória do público fosse muito pequena ou na tentativa de provar um paradoxo na narrativa,  no fato de que as crianças estariam distraídas e não se lembram da aventura que acabaram de assistir, mesmo que defenda o contrário na teoria.

A única manifestação que vale a pena ressaltar é a insistência de “Rebelde” em tentar quebrar estereótipos femininos. No entanto, o mesmo preconceito que rebate duas vezes, ela mostra ser verdadeiro em um caso emergencial. Nenhuma tentativa em levantar bandeiras de causas nobres em nome das meninas ou da juventude deu certo. A moral de Emoji: O Filme, fica óbvia desde o trailer, e o público certamente não escolherá dois pontos e “d” maiúsculo para descrever suas emoções ao final dessa aventura.

Luana Feliciano
Luana Feliciano
Estudante de Jornalismo, ama escrever e meus filmes favoritos sempre me fazem chorar. Minhas séries preferidas são todas de comédia, e meus livros são meus filhos.

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