Duas de mim: a típica comédia nacional que agrada o espectador

Suryellen (Thalita Carauta) é uma cozinheira que trabalha duro para manter sozinha o filho pequeno, a irmã mais nova e a mãe. Um dia, os seus sonhos viram realidade: ela se divide em duas. Sua cópia, idêntica fisicamente, tem diferenças de personalidade, sendo muito mais extrovertida e corajosa. A ideia seria dividir as tarefas com a comparsa, mas logo Suryellen percebe que a sósia tem planos próprios, e decide pretende a perna na original.

Quem nunca desejou ter uma cópia de si mesmo para dividir o fardo do dia a dia? Partindo dessa premissa, a diretora Cininha de Paula leva as telas as loucuras que Suryellen e sua cópia aprontam em tela, com um humor ligeiro e de fácil assimilação.

Thalita Carauta está  bem em cena como Suryellen, sua atuação é envolvente e cativante, porém ao interpretar dois personagens ao mesmo tempo, sucumbe ao exagero e algumas caras e bocas.  Seguindo a linha dos estereótipos, Letícia Lima, reforça o estereótipo referente aos habitantes das periferias. Já Márcio Garcia, que interpreta o ex-marido Maxwilliam, que se tornou bicheiro (e fala errado), é no minimo constrangedor! Alessandra Maestrini , a chefe de Suryellen, é Valentina, um personagem  completamente forçado, fora de tom e cheio de a caras e bocas artificiais. O cantor Latino é uma grata surpresa no longa, encarnando o faxineiro cover do Latino. Sua atuação não compromete, e ainda dá uma certa dinâmica musical a história. Mesmo sem ter experiência atuando, sua entrega é consistente, e é claro que ele não podia deixar de dar uma palinha também.

Ao mesmo tempo que engraçado e clichê, Duas de Mim cai no desperdício, por conta da coexistência das mulheres idênticas, embora de personalidades contrastantes. Assim o filme envereda para o lado da mensagem edificante. Mesmo fazendo bagunça, a Cópia oferece a Suryellen uma alternativa mais fácil e bonita de ver a vida.