O documentarista Silvio Tendler (Jango, Glauber–O filme, labirinto do Brasil , Encontro com Milton Santos) estreia seu mais novo documentário, Dedo na Ferida na Premiere Brasil do Festival do Rio.
Usando como pano de fundo a história de um trabalhador que mora em Japeri e trabalha em Copacabana, no Rio De Janeiro, Silvio Tendler leva as telas o retrocesso ideológico do Capitalismo entre tensões sociais, intelectuais e politicas.
Dedo na Ferida consegue ser didático mesmo que complexo. Com uma montagem dinâmica e efeitos visuais que ilustram a complexidade de maneira fácil, o cineasta intervem na visão do espectador sobre o poder econômico. No enredo Banco Vs. Ser Humano, politicas bancárias, Mercantilização, especulação imobiliária. E o principal ponto, a apresentação de um cenário onde a lógica homicida do capital financeiro inviabiliza qualquer alternativa de justiça social.
Enquanto milhões de pessoas peregrinam em busca de melhores condições de vida, a concentração do capital só aspira em poucas mãos. Segundo um dos entrevistados, do ponto de vista econômico, o capitalismo não foi democratizado.
Entre os depoimentos da obra estão os de Yanis Varoufakis, ex-ministro das Finanças da Grécia; Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil; Paulo Nogueira Batista Jr, vice-presidente dos banco dos Brics; o cineasta Costa-Gavras; os intelectuais Boaventura de Sousa Santos (Universidade de Coimbra, Portugal), David Harvey (University of New York, Estados Unidos) e Maria José Fariñas Dulce (Universidade Carlos III, Espanha); os economistas Ladislau Dawbor (PUC-São Paulo), Guilherme Mello (Unicamp) e Laura Carvalho (USP), entre outros pensadores que interferem no mundo contemporâneo.