Margo Robbie leva as telas a ordinária vida de Tonya Harding

Com três indicações aos Oscar 2018, a cinebiografia da patinadora Tonya Harding,  Eu, Tonya, dirigida por Craig Gillespie  não há pudor em revelar o que havia por trás da atleta. O diretor não enfeita a história real dela, com o intuito de retratar a carreira da patinadora norte-americana, a primeira a realizar o salto triplo axel em competições. Gillespie leva as telas a menina maltratada pela mãe, a jovem espancada pelo marido e a mulher obcecada pelo esporte.

Conhecida por sua técnica apurada e pelo estilo de vida e histórico familiar, Tonya é protagonizada por Margo Robbie, em atuação puramente visceral. A atriz carrega o filme em ótima caracterização e atuação, digna de grandes premiações.

Na pele da mãe desajustada e com olhar psicopata, Allison Janney impressiona, a favorita ao Oscar de coadjuvante, conduz a história memoravelmente. Cabe a Sebastian Stan, o papel do marido abusivo de Tonya, também em ótima atuação. Desde o príncipe, com direito a caracterização de um típico galã da época à estupidez e a violência.

O filme conta com uma estrutura cênica e técnica muito boa. A quebra da quarta parede, (os atores dialogam com o publico) traz dinamismo ao filme com diálogos emblemáticos e um ritmo frenético. O roteiro de Steven Rogers cultua a cultura americana em detrito da violência da história. Enquanto, a fotografia de Nicolas Karakatsanis  e a trilha sonora de Peter Nashel se complementam, em um trabalho excepcional, onde qualidade prima pelo frenesi, ao mesmo tempo que pela delicadeza e a suavidade dos movimentos de patinação.