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Primavera em Casablanca: Um retrato histórico sobre o machismo

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Drama marroquino de 2017, dirigido e escrito por Nabil Ayouch, exibido no Festival Varilux de Cinema Francês estabelece um poderoso retrato desse momento histórico dentro do contexto de seu país natal.

O cineasta leva as telas uma obra com histórias que se interligam através dos dilemas de seus personagens em à dias tão caóticos. Longe de ser um filme panfletário, Nabil Ayouch não levanta bandeiras, apenas retrata com um olhar sensível o panorama político diante dos sentimentos alheios. . É um filme sobre vidas que se misturam à idealismos políticos e religiosos.

Primavera em Casablanca acompanha um recorte na vida de quatro personagens que vivem em Casablanca, Marrocos, em meados de 2010 abordando conflitos como aborto, o prostituição, violência doméstica, desigualdade social, e a revolução política nas ruas.

O olhar sensível do diretor transita pela sociedade com o intuito de abrir os olhos do espectador, através dos conflitos morais.  Primavera em Casablanca trata com cuidado das marcas que trazem em seus rostos.

O  clássico filme, Casablanca, é retratado como símbolo de alienação social, ao mesmo tempo que romanceia a cidade. Clichês são adotados no roteiro com o intuito de serem desconstruídos. Um exemplo é a música “As Time Goes By” que após a sessão será escutada de outra forma.

O ritmo lento pode incomodar, assim como a passagem por muitas histórias ao mesmo tempo, a montagem passeia apenas por cada subtrama que merece maior atenção. O elenco respira e exala naturalidade em seus enredos com ótimas atuações. A produção que traz um quinteto de protagonistas, reivindica o direito de escolha e liberdade, assim Ayouch oferece a oportunidade tão única e valiosa de compreender aquilo que não se encontra em livros de História.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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