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Reconstituição dos assassinatos cometidos por Lizzie Borden, em 1892, chega aos cinemas

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Os assassinatos cometidos por Lizzie Borden em 1892, na cidade de Fall River em Massachussets, se tornaram com o tempo um dos mais folclóricos ocorridos nos Estados Unidos devido a uma serie de fatores que compõe o caso. A violência com que as vitimas foram mortas, quem as vitimas representavam para Lizzie, a posição social que a jovem ocupava também foi muito comentada a época, além do fato de ter sido cometido por uma mulher em uma época extremamente patriarcal.

O caso de Lizzie Borden também ganhou algumas adaptações no decorrer dos anos, um filme de 2014 chamado A arma de Lizzie Borden e uma serie de televisão estrelada por Christina Ricci chamada “ The Lizzie Borden Chronicles” que mostra Lizzie tentando reconstruir sua vida, após os assassinatos ao passo que é perseguida por um detetive que acredita que ela possa matar novamente.

Porém o longa de 2018 dirigido por Craig Macneill segue por uma vertente diferente do que a maioria das adaptações de assassinatos tendem a seguir. Melhor explicando, é um lugar comum para filmes desse estilo ter como linha condutora principal da narrativa o homicídio a ser cometido ou que foi cometido e daí trabalhar como cada personagem da trama reage ao acontecimento. Zodíaco (2007) e Silêncio dos Inocentes ( 1991) são exemplos desse estilo.

Em Lizzie, o homicídio é um detalhe que só surge mais a frente na produção e serve como linha divisória entre a primeira e segunda metade. A primeira metade (aonde a obra possui mais força) foca em mostrar como era sufocante o ambiente familiar para Lizzie, como seu relacionamento com o pai, tio e madrasta era sempre carregado de uma forte tensão e como eles tentavam mantê-la sempre sobre controle, seja por meio do medo ou da repreensão.

A primeira metade também acerta em equilibrar a construção do clima de suspense, que culminará no assassinato, utilizando personagens pesadamente caricatos (porém bem encaixados no contexto histórico) e um romance que surge entre Lizzie e a servente da família, Bridget ( Kristen Stewart mostrando boa química com a protagonista Chloe Sevgny). Mesmo tendo certo respaldo real, o romance não soa como forçado gratuitamente ao público e funciona como uma válvula de escape entre duas mulheres que se sentem esmagadas tanto pelo ambiente familiar controlador quanto pela classe social subalterna a que nasceram.

O ponto negativo da narrativa se encontra justamente em sua segunda metade, quando a obra passa a focar em Lizzie pós assassinato e sua estadia na prisão. Apesar de ter dedicado uma primeira metade em construir uma imagem humana e de vitima por parte de Lizzie, essa segunda parte a transforma instantaneamente em uma assassina sem remorsos que não liga se o amor da vida dela a está abandonando. O tom de suspense judicial também não funciona e não constrói um cenário de expectativa e tensão igual ao da vida familiar de Lizzie, falhando assim em entregar um clímax competente da ocasião, que seria a leitura do veredicto do júri.

Os detalhes técnicos merecem comentários à parte pela boa execução, a começar pelos figurinos que reconstroem com fidelidade o clima vitoriano do século XIX e apesar de serem semelhantes em estilos, variam em detalhes de mulher para mulher ou homem para homem, sendo que serviçais ou pobres possuem ternos e vestido esfarrapados ou uniformizados, ao contrário dos ricos. O cenário, a casa dos Borden, também funciona como um local grande, escuro e deixando o espectador com receio do que o que acontece em cada quarto. A iluminação também auxilia no clima de tensão, seja em ambientes escuros e fechados ou abertos e de dia.

 

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