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DJ Janot, o criador da Festa Brazooka, fala sobre mercado atual e suas influencias musicais

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Reconhecido como o principal DJ especializado em música brasileira, idealizador da famosa festa Brazooka, Marcelo Janot  já levou sua receita de música popular de qualidade a inúmeras casas noturnas da cidade, além de casamentos.

O DJ Janot que começou a carreira musical no Cabaret Kalesa, após o sucesso de uma festa de aniversário em 1994, na boate Public & Co, onde surpreendeu os programadores da casa, que o convidaram para comandar uma noite mensal no lugar. Com som e ambiente diferentes do lugar-comum das boates cariocas, em menos de um mês o Cabaret Kalesa tornaria o maior sucesso da noite local.

Mas foi na Casa da Matriz,  em 2000, que Janot criou a festa Brazooka e gradativamente foi acostumando o público a redescobrir as raízes da música brasileira. Quando a festa se tornou 100% brasileira, resolveu ousar mais um pouquinho e passou a programar, a cada noite, horas temáticas de determinado artista. Assim, Janot conseguiu fazer da carreira de DJ uma extensão da atividade jornalística, onde também atua como crítico de cinema.

Como a musica surgiu na sua vida? E qual é a importância dela na sua
construção como ser humano? O que te fez escolher ser DJ?
Marcelo Janot – Cresci entre as centenas de discos dos meus pais, ouvindo muito rádio e vendo Globo de Ouro e Chacrinha na TV. Ou seja, desde cedo aprendi a ouvir e conviver com diferentes estilos musicais. Como nas festas da galera da escola eu era o encarregado de gravar as fitas para dançarmos, já foi um primeiro passo pra me tornar DJ no futuro, o que só foi acontecer aos 24 anos, totalmente por acaso. Comemorei meu aniversário numa casa noturna “brincando” de DJ e os donos do local me chamaram pra continuar.

 Seu som faz sucesso há mais de 10 anos. Suas festas também. Como é o
processo de criação da sua set list?
Marcelo Janot – Na verdade já são 25 anos….desde 1994… é importante ter feeling do que funciona ou não na pista de acordo com o público da festa. O setlist é montado em função disso. Quando é uma festa minha aberta ao público, tenho liberdade pra tocar o que quiser, sem interferência. Já em casamentos, aniversários e eventos corporativos moldo o repertório ao gosto do cliente.

Nas festas que você comanda como a Brazooka, o público tem influência no
que é tocado?
Marcelo Janot – Podem me pedir música, sem problema. Cabe a mim decidir se o pedido foi pertinente e encaixa no repertório. Além disso, eu toco pra eles, e não pra mim. Não gosto de ver a pista vazia.

O mercado musical está em grande transformação devido às plataformas digitais, como você está vendo essas mudanças? E como isso agrega ao seu
trabalho como DJ?
Marcelo Janot – Tá cada vez mais difícil se atualizar, tamanho é o volume de novos artistas surgindo. Cabe ao DJ ter a sensibilidade de filtrar o que vai funcionar na sua pista, até porque nem sempre o que faz sucesso nas redes é bom.

Suas influências musicais mudaram com o tempo? Você tem algum gênero
musical favorito? É implicância com algum?
Marcelo Janot – Durante os 11 anos em que comandei a Brazooka direcionei todo o meu foco para a música brasileira, obviamente. Mas sempre gostei de rock, black music, e hoje escuto de tudo um pouco, embora deteste sertanejo e boa parte dos funks baixaria.

 Hoje em dia, existe uma variável muito grande de DJs. O eletrônico e o House
cresceram consideravelmente, existe diferença na formação como profissional?
A escola é a mesma? O que muda?
Marcelo Janot – DJs de eletrônico e house geralmente pertencem a uma escola em que a técnica deve prevalecer, na mixagem perfeita que deixa a sensação de que a festa inteira é um grande medley. Já DJs de MPB e rock devem estar mais atentos à qualidade do repertório e ter sensibilidade pra não esvaziar a pista. Saber mixar ajuda, mas é secundário.

 Para encerrar: a música complementa o seu trabalho como critico de cinema
ou seria o contrário? Essa parceria artística te permite um olhar mais apurado
sobre as trilhas sonoras?
Marcelo Janot – Não diria sobre as trilhas sonoras especificamente, mas as duas profissões se conectam no sentido de que é importante, para ser um profissional bem-sucedido em ambas, desenvolver um forte senso estético através do olhar e do escutar.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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