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Suspíria: Tilda Swinton e Dakota Johnson engrandecem a obra, revisitada por Luca Guadagnino

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Por Gabriel Alviano

Susie Bannion é uma jovem americana que acaba de entrar em uma das maiores escolas de dança do mundo, a Markos Tanz Company, situada em uma Berlim dividida pela Guerra Fria. Susie logo se aproxima de Sara, e descobre ter ocupado o lugar de Patricia, uma garota que desapareceu misteriosamente.

Mais de quarenta anos separam Suspíria, de Dario Argento, do de Luca Guadagnino (Me Chame pelo Seu Nome), mas essa não é sua principal diferença. Guadagnino tenta buscar o essencial do longa de 1977 para apresentar uma nova visão do clássico. A trama aparenta ser a mesma, mas tanto a produção quanto o roteiro tentam seguir passos completamente diferentes.

Logo nas primeiras cenas, é evidente o distanciamento entre as obras, enquanto Argento, busca evidenciar o filme de forma fantasiosa com cores vibrantes e luzes coloridas, Guadagnino traz uma realidade mais crua e mais próxima da vivida na época, com cores acinzentadas e sujas.

Com movimentos de câmera que dançam com personagens, a direção de Guadagnino tem sem dúvida seus pontos fortes durante o filme, junto das ótimas atuações e performances tanto de Tilda Swinton quanto de Dakota Johnson, ambas com ótimas cenas de dança. Apesar disso, elas não escondem os defeitos narrativos do filme. Com uma hora a mais de duração do que o original, Guadagnino opta por apresentar personagens demais, com tramas paralelas que não só tiram a atenção da trama principal, como desvaloriza outros personagens e desprende a atenção do público. Um exemplo disso é o personagem do Dr. Josef, interpretado por ninguém menos que a própria Tilda Swinton. Josef é o psiquiatra de Patricia, e passa o filme inteiro investigando seu sumiço. Além disso, cria-se todo um arco anterior, em relação a sua esposa, as consequências da segunda guerra mundial em sua vida e a separação de Berlim pela guerra fria, que pouco acrescentam ao filme. Tirando isso, sua principal função é a de investigar a escola, mas isso já acontece em paralelo com a personagem de Mia Goth, a Sara.

Sara também é aluna da academia, que começa a investigar quando sua amiga Patrícia desaparece. Temos então, dois personagens, com o mesmo objetivo, realizando a mesma investigação. Mas por Sara já fazer parte da escola e servir como dinâmica da protagonista, a trama de Josef fica só repetitiva e consome muito mais tempo de tela.

Como já dito, a direção de Guadagnino é um dos pontos fortes do filme, mas é um dos pontos mais fracos também. O diretor parece muitas vezes, ter vergonha de assumir o filme como um terror, e deixa de explorar possibilidades narrativas para chegar ao seu ápice. O clímax que deveria ser esse ápice, não chega a dar medo, não gera um suspense e nem interesse. A cena é visualmente linda, e seria um ótimo final se o roteiro tivesse funcionado bem nas últimas duas horas.

No fim das contas, Suspíria, de 2019, é visualmente tão bonito quanto o original. Mas não chega a ser um filme de terror, nem suspense muito menos drama. O filme se envergonha do gênero ao não se arriscar e faz um filme cansativo que não leva a lugar nenhum.

 

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