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Marcos Magalhães, um dos diretores fundadores do Anima Mundi, fala do mercado em ascensão

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Depois de uma campanha de financiamento coletivo que terminou em 27 de junho, o Anima Mundi, um dos maiores festivais de animação do mundo, confirmou sua 27ª edição, que acontece de 17 a 21 de julho no Rio de Janeiro, e de 24 a 28 de julho, em São Paulo, com mais de 300 filmes de nacionalidades diferentes.

A última edição do Anima Mundi, em 2018, movimentou R$ 26,8 milhões e gerou R$ 2,6 milhões em impostos, tendo público estimado de 50 mil pessoas. Desde a criação, exibiu mais de 10 mil filmes de animação do mundo inteiro a preços populares, entre longas e curtas-metragens, além de promover oficinas abertas e gratuitas, debates, exposições, entre outras atividades.

Essa é a 27ª edição do Anima Mundi, uma conquista enorme esse ano, inclusive. Vocês abriram um crowdfunding para o festival poder acontecer. Gostaria de saber o que levou vocês a tomarem essa decisão? E como vocês sentiram a receptividade do público?
Marcos Magalhães – No início deste ano, os patrocínios para a cultura no Brasil passavam por uma conjuntura bem incerta, a produção de nossa próxima edição já tinha sido iniciada e comprometida com o circuito internacional anual de festivais de animação, então, resolvemos pela primeira vez recorrer a um financiamento coletivo, para poder confirmar o evento. Confiávamos que o nosso público seria compreensivo e participativo. Mas o resultado foi muito além de uma simples contribuição financeira: comprovamos que tanto nossa plateia como os agentes do setor de animação (animadores, estúdios, escolas etc) entendem e reconhecem o papel e a importância da continuidade do maior festival de animação do Brasil. Recebemos, além de muito carinho e uma quantia maior que a verba solicitada, diversas colaborações das mais diversas formas, permutas de trabalhos, ideias criativas, divulgações calorosas e personalizadas, enfim, coisas que não têm preço!

São mais de 300 filmes de 40 países diferentes, como funciona o processo de seleção do que será exibido?
Marcos Magalhães – Somos quatro diretores do festival, com gostos bem diversos, e temos a palavra final na curadoria de tudo que exibimos. Os filmes chegam automaticamente, de janeiro a março, através de um sistema de inscrições online do nosso website, pois o Anima Mundi é hoje um dos mais tradicionais e conhecidos eventos de animação no mundo. Eventualmente também convidamos atrações especiais (filmes ou artistas) que conhecemos quando participamos de outros festivais do circuito. Criamos diferentes categorias para encaixar tanta diversidade que há nos filmes que chegam. Esta é a principal característica do nosso festival: uma enorme diversidade, tanto de assuntos quanto de estilos e tecnologias usadas em cada filme. Um filme feito por um animador estreante pode ser exibido ao lado de um ganhador do Oscar, com o mesmo destaque!

Esse ano, o festival terá oficinas em SP voltadas para profissionalização. O mercado de animação tem se aberto mais para novos profissionais?
Marcos Magalhães – Quando criamos o festival em 1993, o mercado de animação no Brasil era bem pequeno. Um de nossos principais objetivos era ajudar a torná-lo maior e com mais qualidade. Hoje, graças a várias conquistas, podemos dizer que temos um mercado forte e em expansão, o que cria muitas oportunidades para novos profissionais.

No festival temos um evento que se chama Anima Forum, que é onde profissionais do setor da animação se encontram para compartilhar as últimas notícias e oportunidades. Este ano o Forum acontece na edição em São Paulo – é uma ótima ocasião para quem quer se entrosar e se atualizar com produções que contratam novos profissionais.

Gostaria de saber como vocês estão vendo o mercado de animação atual?
Marcos Magalhães – Ele continua em expansão contínua no mundo inteiro, apesar das crises econômicas e culturais. A animação é a linguagem mais antiga e popular do planeta, atinge a todos em várias telas, desde o cinema até o celular. São muitos produtos, variações e mensagens, consumidas a cada segundo. Um indivíduo pode se tornar um empreendedor em animação tendo apenas um Smartphone com acesso às redes sociais. E os estúdios investem cada vez mais em novas tecnologias, como as realidades virtuais e aumentadas (presentes na nossa mostra competitiva de VR). E mesmo os desenhos animados, feitos com lápis e papel, continuam vivos e encantadores, como comprova a nossa oficina de Zootrópio no nosso Estúdio Aberto.

A 27º edição do Anima Mundi acontece no Rio de Janeiro de 17 a 21 de julho e em São Paulo, de 24 a 28 de julho, no CCBB.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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