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Documentário A Alma Imoral discorre sobre a religião e a ciência

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Dirigido pelo aclamado cineasta Silvio Tendler e baseado no livro homônimo escrito pelo rabino Nilton Bonder, o documentário A Alma Imoral toma como princípio a contraposição de ideias. Assim, a produção – dividida em alguns “capítulos” – aborda questões como religião, ciência, território e fisicalidade a fim de discutir conceitos de corpo e alma, tradição e transgressão, obediência e ruptura, e, assim, partindo das concepções bíblica e científica, refletir sobre as diversas formas de viver, as escolhas que são feitas, e sobre sobre como a ideia do “corpo moral” pode atrapalhar o desenvolvimento humano, o que leva à “transgressão da alma”.

Assim, em uma viagem que passa por Brasil, Estados Unidos e Israel, o cineasta entrevista pessoas a fim de captar os diferentes significados de corpo, alma, moral e imoral – aqui, este último se refere ao que foge (transgride) do padrão convencionalmente estabelecido em cada época e situação (por exemplo, em momentos de guerra ou quando se trata de tradições milenares, o que é considerado moral e imoral?). E para costurar estes depoimentos, a produção se utiliza de performances de dança contemporânea da companhia Deborah Colker, narrações feitas pelos atores Mateus Solano, Julia Lemmertz, Leticia Sabatella, Bel Kutner e Osmar Prado, além de xilogravuras de Ruth Kelson.

Tudo isso traz um aspecto poético para o documentário, que foge do didatismo puro, mesmo sendo composto por argumentações baseadas em áreas como Teologia e Metafísica, feitas por pessoas que podem ser consideradas as “transgressoras” as quais a produção se refere, pessoas que quebraram com os padrões de seus respectivos microcosmos, abrindo novas perspectivas, mostrando, como afirma o filme, que, apesar de a moralidade/permanência ser um dos princípios da teoria evolucionista, um indivíduo transgredir estas correntes também é uma forma de evolução – “transgredir é transcender”.

Por isso, o longa, como uma forma de comprovar seus argumentos, estabelece uma linha do tempo apontando Adão e Eva, Abraão e até Jesus Cristo como transgressores – o que, do ponto de vista da produção, é uma verdade. E isso também é uma forma de demonstrar a necessidade de separar Estado e Religião, uma vez que há parâmetros distintos de moralidade e imoralidade em cada um – e, mais especificamente, em cada religião. Assim,  A Alma Imoral é, acima de tudo, um documentário sobre mudança, sua inevitabilidade e suas consequências – e a maneira mais fácil de compreender estas questões é “ouvir o menino das encruzilhadas: a alma”.

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