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Filhas do Sol traz mulheres que lutam pelos direitos da população curda, no Iraque

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Quando se fala sobre filmes de guerra, imediatamente o espectador pensa em um grupo de soldados homens enfrentando os horrores dos territórios de batalha, por isso, o longa Filhas do Sol, da cineasta francesa Eva Husson, já começa com uma nota positiva por quebrar esta expectativa ao apresentar um batalhão formado por mulheres que lutam pelos direitos da população curda no Iraque, realizando ações armadas.

Neste contexto, a atenção é voltada para Bahar (Golshifteh Farahani), que participa ativamente do grupo, e Mathilde (Emmanuelle Bercot), uma jornalista francesa – todas as outras personagens permanecem quase anônimas. Esta escolha é arriscada, e, talvez, não tenha valido tanto a pena, afinal, a clara intenção é registrar o ser feminino no centro de uma guerra e o foco em apenas duas personagens soa limitador.

 Mas, felizmente, Farahani e Bercot se saem muito bem em seus respectivos papéis – mesmo que Bahar tenha um excesso de frases de efeito. Assim, a dinâmica que se desenvolve entre as protagonistas é muito crível e ambas as interpretações conseguem transmitir a crueza daquela situação, o que ajuda a aliviar a falta de sutileza – principalmente da direção, a qual segue todas as diretrizes dos filmes de guerra, além do uso recorrente de close-ups típicos de melodramas novelescos, mas a diretora parece não se importar com isso.

Aliás, tudo isso parece ter sido proposital, como se a cineasta quisesse esfregar aquela realidade na cara do público da maneira mais dramática possível – talvez como uma forma de mostrar que se trata de um assunto sério e urgente -, o problema é que acaba sendo um pouco demais – e, como a produção não é muito refinada tecnicamente, o longa ganha ares de um projeto imaturo, característica que também se aplica ao roteiro, que não explora todo o potencial de suas personagens.

Desta forma, a trama pouco trata sobre estratégias de guerra, as origens – sociais/filosóficas/religiosas – do conflito que tomou conta do lugar, as possíveis consequências a médio/longo prazo das ações do batalhão, mas, em especial, o espectador pode sentir muita falta das motivações pessoais daquelas personagens – o roteiro se limita a retratar todas como mães preocupadas com seus filhos que se viram obrigadas a entrar na guerra, ou seja, faltou desenvolvimento daquelas mulheres como indivíduos, esta homogeneidade motivacional, por incrível que pareça, desumaniza o grupo.

 Porém, mesmo que peque pela inegável falta de sutileza, Filhas do Sol não deixa de ser um drama de guerra competente e funciona como um alerta para a situação do Oriente Médio – como um todo e em relação às mulheres, especificamente -, mesmo que só forneça as informações básicas para que o público geral consiga acompanhar o enredo, sem oferecer grandes reflexões acerca dos conflitos que assolam aquela região; é um filme que merece a atenção do espectador.

 

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