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“Ielda – Comédia Trágica” no Teatro Sesi Centro

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Um grupo de amigos, que não se via há bastante tempo, resolve se encontrar para assistir ao último capítulo da novela “Vale Tudo” e assim, matar as saudades. Um deles é assassinado. Ielda, a empregada, é considerada a principal suspeita.

 Acompanhamos então o cotidiano de Ielda nestes dois universos distintos durante todo o ano. Seja enquanto trabalha na cozinha do grupo de amigos preparando a ceia de natal ou em sua casa durante o desfile das escolas de samba. O dia a dia da família de Ielda também está abalado pelas dificuldades enfrentadas com a falta de dinheiro, os conflitos com o filho adolescente e com o tráfico local. Com bom humor e alegria, apesar do sofrimento, as duas classes sociais levam a vida entre desconfianças, suspeitas, fofocas, histórias pessoais e comentários ácidos.

A trama da nova peça se passa em 1989 e tem como pano de fundo os acontecimentos daquele ano. O humor irreverente, a falência da classe média carioca e a tentativa de recuperação da fé no futuro são retratadas de forma crítica e divertida em tom farsesco de tragicomédia.

 A cenas se desenvolvem durante as típicas festas da cidade: Carnaval, Semana Santa, Sete de Setembro, Natal e Reveillón. Sambas-enredocomo Liberdade Liberdade, Ratos e Urubus Rasguem minha Fantasiae Festa Profanapermeiam a trama além das músicas, cantadas ao vivo pelos atores, que são baseadas em hits da época como o Samba, Pagode, Funk e Pop.

O texto foi criado com base nas vivências do diretor e autor na sua época de infância e adolescência como morador do bairro Catumbi e estudante do Ciep, no Sambódromo. Na construção da linguagem cênica, uma de suas principais influências é a obra do dramaturgo e diretor alemão Bertolt Brecht.

A partir do retrato do Brasil de 30 anos atrás, Renato Carrerabusca uma reflexão sobre o povo brasileiro: “A queda do muro de Berlim, a eleição de Collor e de Bush nos E.U.A, a ascensão do Solidariedade na Polônia entre outros fatos e tragédias como o naufrágio do Bateau Mouche, nos servem de pano de fundo para falarmos de sobrevivência e da nossa necessidade de fé. São situações vivenciadas pela maioria do povo, como a falência da classe média, que tenta se manter viva e fixada numa ilusória situação financeira, a pobreza do cidadão que precisa se virar de qualquer maneira para garantir a renda no final do mês, além das relações truncadas e embaralhadas de toda e qualquer família brasileira. De 1989 até os dias de hoje, teríamos evoluído ou caminhado para trás? O espetáculo faz uma comparação com os dias de hoje e qualquer semelhança com nossa realidade atual, não será mera coincidência. “

SERVIÇO
Teatro Sesi Centro (Av. Graça Aranha, 1, Centro)
Temporada: de 06 de janeiro a 11 de fevereiro
Dias: 2ª e 3ª feiras
Horário: 19h
Lotação: 388 lugares
Duração: 1h40
Classificação: 16 anos

Foto: Fernando Machado

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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