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Luta Por Justiça: Um choque de realismo sobre Racismo

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O que é justiça? O que é certo e errado? Em muitos casos, a resposta para perguntas assim não é tão fácil, porém há casos que ela é transparente como água. Luta por Justiça é baseado em fatos reais sobre o caso de Walter McMillian (Jamie Foxx), um homem preto que foi preso sob acusação de matar uma jovem branca de 19 anos no estado do Alabama. Mesmo com todas as provas indicando sua inocência, ele foi condenado a cadeira elétrica. Apenas um tolo seria capaz de lutar pelo que todos achavam ser uma causa perdida, é aí que nosso tolo entra, Bryan Stevenson (Michael B. Jordan) vai lutar por Walter e todos os outros que precisarem de ajuda. O filme é baseado também no próprio livro de Stevenson sobre não só o caso McMillian, mas também sobre ligações com outros casos.

Sim, me referi a Stevenson como um tolo que brigará por uma causa perdida, porém nenhuma causa é perdida enquanto existir alguém que lute por ela. E essa luta judicial retratada pelo filme é intensa, é revoltante em muitos momentos, e pode te fazer chorar em muitos outros, porque o roteiro encaminha o público à isso. Pode parecer um golpe sujo dos roteiristas, Destin Daniel Cretton e Andrew Lanham, porém eles não jogam sujo com falsidade, e sim com um choque de realismo dos anos 1980, 1990, e sim, até hoje nos anos 2000. Uma realidade onde mesmo um homem completamente inocente é preso e condenado a morte, por apenas ter nascido pobre ou preto. Lógico que existe um pouco do glamour que o cinema dá as suas histórias, mas está é tão real, mesmo pra nossa realidade brasileira.

O roteiro e a direção, também de Destin Daniel Cretton, usa muitas referências textuais e visuais de O Sol é Para Todos, da célebre escritora Harper Lee. O livro aborda diversos temas, porém um deles é sobre o julgamento de um homem preto acusado de estupro, e o pai da protagonista é o único na cidade que ajuda o homem declaradamente, representando todos os verdadeiros cidadãos de bem da cidade. Em Luta por Justiça muitos dos personagens, como o de Rafe Spall, utilizam o fato do livro se passar no Alabama, como um escudo contra qualquer racismo que possa existir por parte do Estado. E o filme não deixa isso exposto descaradamente, é para os que leram o livro façam a ligação, de como essas pessoas, que se dizem corretas, estão indo na contramão de tudo que Harper Lee escreveu.

Apesar da direção não ter grandes movimentos de câmera, ela age de forma muito correta, a performance do elenco é um aula de atuação. Uma menção especial para Rob Morgan que interpretou o veterano do Vietnã, Herbert Richardson, e que em cada momento seu em tela traz uma atuação impecável de fala, expressão e trejeitos. Assim como Tim Blake Nelson faz o seu personagem com maestria nos mesmos requisitos, pois afinal, nada é mais difícil do que interpretar pessoas reais. Brie Larson também está no filme, e faz muito bem o seu papel, porém como ela não tem muito tempo tela como Jordan ou Foxx, acaba ficando um pouco de lado.

Bryan Stevenson atua defendendo casos como os de Luta por Justiça à 30 anos, e ainda há 30 estados dos EUA  que executam a pena de morte. Muitas pessoas continuam lutando com Bryan, e ao redor do mundo por Justiça, defendendo os mais fracos. Você pode achar que eles são uma gota em um oceano infinito, mas “o que é um oceano, se não uma infinidade de gotas”.

 

 

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