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Fabio Porchat fala do novo formato do “Que História É Essa, Porchat?”

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Fábio Porchat conta como está sendo a quarentena em casa.

Fábio Porchat
Foto: Pedro Dimitrow

Batemos um papo com Fábio Porchat, sucesso de Lives, durante esse período caótico que estamos vivendo. O ator, comediante, roteirista, produtor, apresentador, diretor, – são muitas as profissões desse homem multifacetado – , nascido no Rio de Janeiro, em 1º de julho de 1983, se tornou uma das pessoas mais queridas do publico, além do seu sucesso. Aliás, trabalho é seu nome! Certamente, ele precisou assumir, de fato, as tarefas de casa, que chamava de hospedaria. Confira abaixo nossa conversa com ele.

 Você é uma personalidade marcante na vida das pessoas, além de referência para futuros atores e comediantes. As lives te deixaram mais próximo dos seus fãs e haters também, infelizmente, como você vê essa relação do público com o artista? Qual é a importância do público na sua carreira?
Fabio Porchat – Todo artista precisa da existência de um público para consumir aquilo que ele está produzindo. A internet realmente trouxe essa proximidade, a gente fica próxima de gente que não imaginávamos, a gente pode mandar mensagem pro Obama e ele responder, né. Outro dia eu vi o William Bonner perguntando com que gravata vocês querem que eu vá no “Jornal Nacional”, então, aproxima muito, isso é ótimo!

É aquele clichê, o artista está onde o público está. E a gente precisa saber o que o público tá pensando, tá achando. É muito bom essa proximidade, é muito bom que o público conheça de perto o artista e saiba exatamente quem ele é.

Foto: Camila Maia/Divulgação GNT

O “Papo de Segunda” se tornou um dos principais programas de informação e entretenimento nessa quarentena. Vocês trazem convidados relevantes, além de falar sobre assuntos super necessários como Racismo. Acredito que a linha editorial do programa mudou desde a sua criação, você percebe essa mudança?
Fabio Porchat – O “Papo de Segunda” tenta fazer um debate, uma conversa, um alinhamento de tudo que está acontecendo, né. A gente está sempre tentando dar um olhar plural, para aquilo que tá no dia a dia da sociedade. Eu sinto que nessa quarentena, nessa pandemia, por conta das dificuldades, a gente conseguiu ainda assim, dar um jeito de fazer a conversa fluir. E eu fiquei muito feliz com o resultado!

Ali é um programa que nós, até concordamos, muito, mas tudo bem, porque, como a gente não faz um programa de lados e visões diferentes, é um programa onde cada um tem seu ponto de vista e vem de um mundo diferente. Cada um tem olhar diferente sobre o mesmo assunto mesmo muitas vezes concordando.Eu fico muito feliz que o “Papo” se estabeleceu como programa para falar sobre o dia a dia do Brasil.

Você assume o programa como ninguém poderia fazer, o espectador, de fato, se identifica e se diverte com seus comentários. O fato do programa trazer interação pelo Twitter, ajuda. Qual é a importância da tecnologia para o desenvolvimento do programa?
Fabio Porchat – Não há como voltar atrás, né. O ser humano gosta de ser mimado e a tecnologia mima o ser humano. As facilidades que ela traz, o contato direto com o ser humano, o programa hoje só existe, exatamente, por conta dessas facilidades todas. E eu leio os tweets, inclusive, as pessoas comentam e participam muito! As pessoas conversam com a gente durante o programa, isso é muito engraçado.

Eu acho que o programa tem uma espontaneidade, tem uma liberdade do espectador se sentir muito pertencendo aquela roda de conversa, né, então eu sinto que o programa depende dessa tecnologia porque depende dessa interação.

Você reestreou seu programa com novo formato, devido à pandemia, como tem sido gravar sem plateia e convidados no estúdio?
Fabio Porchat – O “O que história é essa Porchat?” vem com essa segunda temporada toda virtual né, no início, eu achei que não seria possível fazer, por isso que pedi dois programas que a gente gravou como teste para entender a tecnologia, para entender o mecanismo, o funcionamento. Foram programas que não foram ao ar, justamente, só para acertar os detalhes, ver os erros, ver se a essência do programa tava ali, até por que, no fim das contas, a gente está contando histórias.

Será que o calor da presença das pessoas na plateia ia fazer tanta diferença? Claro, que faz. O programa foi feito para gente reunida, mas ao mesmo tempo, ele funcionou. Eu sinto que tá ali, a essências das histórias de todo mundo, contando e ouvindo, então nesse sentido, eu sinto muita falta e sinto que eu preciso preencher muito mais espaço, eu preciso estar muito mais atento, mais entregue ao programa.

Por conta da quarentena muita coisa teve que ser reformulada, inclusive, os vídeos do Porta dos Fundos, ficou mais difícil gravar?
Fabio Porchat – Inegavelmente, tá todo mundo gravando em casa, com seus celulares e os equipamentos de iluminação, tripé, … , que o “Porta” manda para gente, mas é claro que fica mais difícil. Você começa a trabalhar em condições diferentes das condições ideais, mas ao mesmo tempo também fortalece o grupo. Eu acho que o porta tá muito preparado para isso.

Todos os roteiristas voltaram as suas atenções para criar roteiros condizentes à pandemia, toda a produção estudando como fazer aquilo da melhor forma possível. E a gente tem tido um aumento no números de visualizações, justamente, por que eu sinto que o público percebeu que pode contar com o Porta dos Fundos para poder da risada.

Por fim, para encerrar, como está sendo rotina atual (da quarentena) para você?   Assumir as tarefas de casa foi difícil? Como você está lidando com essa nova rotina?
Fabio Porchat – Agora, além de trabalhar muito em todas coisas que faço, eu também fico mais dedicado a minha casa. Eu nunca ficava em casa, na verdade, a minha casa é uma hospedaria, eu chegava à noite, já jantado, porque jantei fora por conta de alguma reunião. Chegava, tomava banho, assistia alguma série para pegar no sono, dormia, acordava no dia seguinte, e já ia sair para vida. Então, eu nunca fiquei, de fato, em casa.
Não que eu não arrumasse a minha casa, não é isso, eu não arrumava porque eu não estava nela. Pela primeira vez eu comecei a usar o meu escritório – “Eu tenho um escritório que eu nunca tinha usado na vida!” – Ai agora, no meio da quarentena, eu olhei e falei “Esse sofá está no lugar errado”, surpreendentemente, mudei ele de lado, de posição, reorganizei a casa, várias coisas.

Tudo isso vai tomando seu tempo, né, você tendo que se preocupar com a privada que entupiu, faz toda a diferença na vida de uma pessoa. Eu fico imaginando gente com filho em casa, como realmente deve ser difícil. Mas no fim das contas, é sempre bom se reconectar com a nossa casa.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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