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Macabro, de Marcos Prado, apresenta obra com nível hollywoodiano

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Filme é inspirado na história real de Ibraihim e Henrique de Oliveira, os “Irmãos Necrófilos”.

Entre 1991 e 1995 a região de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, viveu momentos de terror no caso que ficou conhecido como “Irmãos Necrófilos”, aliás, o caso foi uma das mais duras na história do BOPE e também é a história central de Macabro, filme de Marcos Prado. Após uma operação mal sucedida, Téo (Renato Góes), sargento do Batalhão de Operações Especiais, ruma a sua cidade natal para ajudar a solucionar um caso imenso de assassinatos e estupros. O passado tem garras, e Téo terá que lidar não só com os seus fantasmas, mas com o passado de toda a cidade.

O caso dos Irmãos foi um dos mais famosos casos fluminenses, que foi holofote da mídia até o limite. Um caso de histeria coletiva, desinformação, racismo e ingovernabilidade. Os irmãos, João e Diego, seriam os supostos assassinos responsáveis. Vítimas de abuso tanto dentro quanto fora de casa, os dois foram considerados como demônios enviados do inferno de acordo com o senso da cidade.

O roteiro de Macabro cria uma síntese de vários componentes da região serrana fluminense, dentro desse caso terrível de assassinatos. Toda região de Nova Friburgo era uma área quilombola que foi dizimada por imigrantes suíços, trazidos como vários outros europeus, na tentativa de embranquecer o Brasil. Criando assim um núcleo racista genocida imenso que está relacionado diretamente a essa história. O diretor cria uma aura de que os negros são animais, são selvagens, com suas macumbas que negam o bom Deus e Cristo.

O roteiro de Macabro se baseia nos fatos do caso, sendo assim ele não fala nada do lado dos acusados. Deixando apenas subentendido que realmente é um complô racista. Além disso, criar essa figura monstruosa em um povo já marginalizado, é muito arriscado e pode se tornar algo até irresponsável.

A fotografia lembra muito Tropa de Elite, o que não é surpresa, pois o diretor Marcos Prado participou da produção no filme de Padilha. Com tons quentes e muitas sombras, a fotografia dá um ar de faroeste à região serrana, que tem tons frios, naturalmente. Já as cenas de ação são frenéticas e gráficas, fazendo toda violência algo muito gráfico. O que pode gerar gatilhos ao público.

O elenco todo é muito bom! Mesmo com participações rápidas que mostram boas atuações, o que revela a qualidade da direção além da estética. Renato Goés surpreende!

Macabro é, certamente, um filme forte, é um soco no estômago, completamente, frenético! Aliás, o público deve dedicar total atenção aos detalhes que a trama aponta, do contrário, correrá o risco de se perder na história.

Premiado no Brooklyn Film Festival, o filme estreia nas plataformas a partir de 29 de dezembro.

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