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Soldado Estrangeiro, de José Joffily e Pedro Rossi, aborda os traumas da profissão

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Documentário revela motivações de jovens brasileiros que tentam fazer parte de exércitos em outros países.

Todo homem brasileiro ao chegar a idade adulta é obrigado a se apresentar para o serviço militar. Apesar do Brasil não entrar em uma guerra formal desde a Segunda Guerra Mundial, o alistamento permanece obrigatório para todos os homens. Muitos brasileiros veem o serviço militar como a chance de ter uma carreira, e assim uma fonte de renda fixa.

Soldado Estrangeiro tem a proposta de mostrar três jovens brasileiros em corporações militares estrangeiras como um iniciante, um soldado em operação, e um veterano já fora do serviço. Revelando os aspectos mais difíceis e questionáveis da vida militar ativa.

Os três personagens no filme de Pedro Rossi e José Joffily se dividem entre três corporações militares: Legião Estrangeira, Exército de Israel e Marinha dos EUA. Bruno é como vários garotos brasileiros de baixa renda que procuram futuro na carreira militar. Como foi recusado nas Forças Armadas brasileiras, Bruno recorreu à Legião Estrangeira. A Legião existe desde 1831 como um braço do exército francês, onde são aceitos recrutas de países estrangeiros, entre eles o Brasil. Atualmente a Legião está ativa no combate ao terrorismo a onde a França achar necessária. O relato de Bruno revela dificuldade em estar longe de casa, num país onde não se sabe a língua, passando por um sistema selectivo rigoroso. Porém, caso ele passe, receberá um salário em euros além de nacionalidade francesa ao final dos anos obrigatórios de serviço. Isso para muitos brasileiros é mais que o suficiente.

Still Soldado Mario

O segundo rapaz é Mario, que luta contra a ameaça terrorista, em Israel. O que difere Mário de Bruno, é que o primeiro é um rapaz assustado e o segundo é cheio de orgulho e raiva. Por várias vezes o documentário mostra Mario se exibindo com armas de alto calibre em mãos. Quando questionado sobre terrorismo ou sua experiências como soldado, ele não sabe se pode responder ou não.

O terceiro e mais interessante relato é o de Felipe, veterano da Marinha dos EUA que serviu na Guerra do Afeganistão contra o Talibã. Felipe é mais velho que os rapazes anteriores, e ele tem uma profunda melancolia em si, fruto de sua experiência na guerra. Além dos traumas que todo militar leva, Felipe está iniciando um processo contra as Forças Armadas estadunidenses por ter sido dispensado com desonra sem nenhum motivo, diz ele que o motivo foi o racismo contra latinos, já que ele e brasileiro.

A direção de Rossi e Joffily em Soldado Estrangeiro é cheia de emoção, e revela uma realidade cruel, o medo, a glória, a raiva, o medo, a vergonha, está tudo lá. São todas emoções ligadas à guerra, ao combate, que são representadas pelos três personagens, tudo através de quadros no qual os personagens agem sem interferência da equipe. Fazendo com que o público seja apenas um observador da realidade. No final das contas, fica claro, que os três são seres humanos que têm esperanças, sonhos, e que tomaram medidas necessárias para realizá-los. Mesmo que o preço para isso seja vislumbrar o horror e a morte.

 

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