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Marcelo Falcão fala sobre o seu primeiro álbum solo, “Viver”

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Álbum solo de Marcelo Falcão foi lançado em 2019 na Fundição Progresso.

A aguardada estreia individual de Marcelo Falcão veio a partir da indissociável trajetória à frente do Rappa, em vibes pessoais e intransferíveis. Ele colocou o bloco na humildade, usando a voz para “falar coisas direto do coração”, seguindo caminhos que foram se apresentando naturalmente ao longo dos últimos anos. “A grandiosidade eu deixo para o que fizemos no Rappa”, pontua ele.

Marcelo Falcão foi acumulando ideias e esboços de canções em cerca de 650 arquivos de gravação, cuidadosamente organizados por seu irmão, Vinicius Falcão. Aliás, a escolha do parceiro para produtor do disco saiu a partir de décadas de afinidade. Além disso, foi definida por um encontro casual no Baixo Gávea, no Rio de Janeiro, com Felipe Rodarte, que comanda, junto com Constança Scofield, o estúdio Toca do Bandido, fundado por Tom Capone (1966-2004).

Ele botou em prática muito do que aprendeu em estúdio com feras como Liminha, Bill Laswell, Dennis Bovell, como o uso sagaz de microfones diversos em uma mesma faixa. E também botou as manguinhas de fora tocando sintetizador, synth de baixo, violão, caixa de fósforo e a clássica “guitarra pica-pau” do reggae.

Como você tem encarado esse momento atual, que estamos vivendo?
Marcelo Falcão –  Cara, cada um faz o que está a fim dentro do que foi combinado, se o combinado é se proteger e no geral, ninguém tá se protegendo, ninguém está imune, isso só faz mal à gente. Quem tiver tomar todo cuidado, fica mais difícil, pegar, né. Eu vejo a música nesse impasse. Eu espero que o mercado musical volte com cautela, não no desespero, como eu tô vendo por ai. Mas é um clamor gigante que as coisas voltem! E, é, claro, que a saúde vem em primeiro lugar!

Você lançou parceria com a cantora Cynthia Luz e com o rapper Filipe Ret em plena pandemia, sobre a saudades dos palcos…
Marcelo Falcão –  Fiquei muito feliz porque eu conheço o Felipe desde pequeno, desde moleque, batalhando nas rimas. Eu já sabia da vontade que ele tinha da gente estar junto em alguma situação, e Papai do céu fez as mesmas benções que ele fez com a Cynthia Luz, fez com o Ret e mais alguns que vem pela frente.

A parceria de Marcelo Falcão e Cynthia Luz, “Sexta-feira” fala de como a gente entoa o último dia da semana como um território de alegria, num novo agora, recheado de desafios com máscara.

O Felipe é um querido! Aliás, ele e a Cynthia nessa geração, com mais alguns, são o que eu gosto de ouvir, eu gosto de prestar atenção musicalmente no que se está falando e é muita felicidade poder entre tantas músicas nesse novo álbum, com 10 singles. Eu queria uma versão sobre o que tá acontecendo agora, sobre a vontade que a gente tem de voltar, com todos os cuidados, voltar com o talento de pensar de que a gente faça as coisas da maneira certa, né, não só o povo, mas os órgãos públicos também.

Ter o Felipe Ret fazendo uma versão da música dele “Louco para Voltar”, foi muito feliz! É uma felicidade tremenda ter ele comigo e eu faço questão, de nesse momento meu de tanta generosidade, de todos os lados, aliás, num momento de todo mundo se abraçar e acolher, no meu caso pela música, é uma felicidade muito grande mesmo, ter o Ret e poder neste momento estar vivendo com toda a bagagem que eu tenho na minha carreira musical, poder dividir isso com essa nova geração promissora, e que eu tenho tanto curtido.

Com o isolamento social, qual foi sua maior motivação para compor?
Marcelo Falcão –  Cara, acordar e dormir, a felicidade de poder ver meu filho crescendo. Conseguir eu meus pais ficassem no isolamento por serem grupo de risco, assim como os meus sogros e alguns momentos com muito cuidado a gente poder se ver, mas demorou muito, fiquei mais ou menos 3, 4 meses sem ver meus pais.

Então, foi um tempo que eu fiquei isolado vendo meu filho crescer e podendo fazer parte desse momento. Se eu tivesse fazendo show não conseguiria. Esse momento me permitiu estar muito mais perto da minha família que me traz frutos bons e tranquilidade para cabeça.

Em 2019, você lançou seu primeiro álbum solo, “Viver”, onde você fala coisas direto do coração, o que mudou no processo de construção dos álbuns do RAPPA para o seu solo? Aliás, o que te levou a seguir carreira solo?
Marcelo Falcão –  Era um sonho que eu tinha, inclusive, pilhado pelos meus amigos do RAPPA, eu não tinha tanta urgência, mas com o pit stop da banda, eu vi uma grande brecha que pudesse realizar esse sonho de ser produtor das minhas próprias coisas.

Eu queria poder estar focado em fazer alguma coisa que fosse totalmente o que eu estava vivendo, então, por mais que tivesse milhões de músicas, para poder gravar, eu selecionei as músicas que eu achei cabível naquele momento para falar do que estou vivendo com a minha família, além de muitas vidas perdidas. Eu queria falar de alguma coisa que fosse solar, que fosse vida, que inspirasse as pessoas.

As pessoas falam de festinha, de balada, de Instagram, de comer, de beber, fala de tudo, mas esquecem de falar de viver. E para viver a gente precisa, certamente, cuidar da saúde, coisa que, infelizmente, nem todo brasileiro tem. Eu queria falar disso como um alento, como um reconhecimento a tudo que a vida me deu e oferecer isso de positivo para as pessoas.

Aliás, é uma felicidade poder ajudar todas as pessoas que sempre me ajudaram, musicalmente. No caso, eu sou o terceiro RAPPA a lançar um disco solo. Eu sou o terceiro de uma história, de um processo muito foda, para mim o RAPPA é a maior banda do país, com todo o respeito à todas as bandas que eu conheço. O RAPPA é um orgulho, uma religião!

Em fevereiro de 2019, você lançou o disco “Viver (Mais Leve Que o Ar)”, em um pocket show transmitido ao vivo em seu perfil no Twitter. Como foi essa experiência?
Marcelo Falcão –  Assim, qualquer live que eu faça é independente de horário. Acredito que é muito feliz poder fazer um carinho no coração de quem tá longe, né. Sempre que possível, farei, mas não esperem que seja em horário convencional, é uma coisa de veneta, além das combinadas, mas também como o pensamento de que a qualquer momento eu posso pegar a mini falcão viola e atacar, (risos).

Meu pensamento é fazer bem para as pessoas! Meu mundo não veio a passeio, eu não vim a passeio! Ninguém é dono da verdade, de nada! Muita coisa salva, a musica é uma delas!

Qual é a importância da música como instrumento socioeconômico? Aliás, você acredita que a música seja um instrumento educacional?
Marcelo Falcão –  A música é, certamente, um instrumento educacional, sim. Tem muita bobeira por ai, mas eu não sou capaz de virar para qualquer musico e detonar eles, porque eu venho dessa mesma classe, mas eu tenho meus gostos! Tem música que vem para detonar, faz o cara pensar que é aquilo ali, e é tudo muito passageiro, então se você faz algo para ficar para sempre, para eternidade, que é o meu sonho, que as minhas músicas fiquem para várias gerações. A vida é a história, é o que nos motiva.

E nesse momento, claro, a música é totalmente um instrumento socioeconômico. Ela ajuda Deus e o mundo, sabe, ajuda pessoas inacreditáveis em todas as áreas.

Alê Shcolnik
Alê Shcolnikhttps://www.rotacult.com.br
Editora de conteúdo e fundadora do site, jornalista, publicitária, fotografa e crítica de cinema (membro da ACCRJ - Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro). Amante das Artes, aprendiz na arte de expor a vida como ela é. Cultura e tattoos nunca são demais!

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