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Carina Haller: conheça a atriz brasileira que ganhou papel no filme que conta a história dos Bee Gees

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Carina Haller
Foto: Priscila Nicheli / Divulgação

Carina Haller saiu do Brasil aos 10 anos de idade para morar com seus pais em Zurique, na Suíça. É neta de uma pernambucana, aliás, logo no início da entrevista, ela pede desculpas pelo sotaque “há muitos anos não moro no Brasil”, diz entusiasmada.

Com 15 anos de carreira, ela mudou-se para os Estados Unidos com apenas 19 anos de idade para estudar na CalArts e, desde então, muitos foram os trabalhos realizados no teatro, mas agora ela se aproxima do cinema.

Somente no Brasil, ela atuou na série “(Des)Encontros” e no longa-metragem O Faixa-Preta, filme que apresenta a vida dentro e fora dos tatame, de Fernando Tererê, pentacampeão de Jiu-Jitsu, onde a atriz viveu uma aeromoça.

Recentemente, Carina foi chamada para atuar na cinebiografia do Bee Gees, com direção de Kenneth Branagh, aliás, o filme ainda está sem data de estreia no Brasil.   Em um bate-papo animado, Carina Haller fala da carreira e da personagem que ela vai interpretar em um dos filmes mais aguardados da música.

Quais aspectos de cada país você costuma carregar com você? De que forma, interagir por culturas tão diversas te ajuda a ser desenvolver melhor enquanto artista?

Carina Haller – A minha família sempre foi muito brasileira em casa. É gostoso ter as duas partes das culturas. O brasileiro não tem medo de dizer como se sente, mas na Europa não é bem assim, as pessoas na Suíça são bem mais reservadas, bem mais formais. Aliás, posso dizer, certamente, que o meio termo, eu só encontrei nos Estados Unidos, mas essa riqueza de humanidade que é tão característica do brasileiro é fundamental no meu trabalho e a formalidade sueca sempre me ajudou muito no teatro.

Cada cultura exige um aspecto de você, e isso meio que já é atuar. Cada vez, que eu desço num aeroporto, eu meio que troco de identidade por mais estranho que isso possa parecer.

Carina Haller
Foto: Priscila Nicheli

 Você tem 14 anos de carreira no teatro, mas agora irá fazer parte do elenco da cinebiografia do Bee Gees, pode nos contar sobre sua rotina de estudos. Como tem sido a sua preparação para viver a personagem no filme?

Carina Haller – É uma história bastante carregada. Ninguém sabe o que exatamente o que se passou com os Bee Gees, então, é uma responsabilidade contar uma história assim. Os fatos importam. Houve muito diálogo entre os produtores e a família, eles cederam os direitos autorais para a Paramount que é quem está por trás.

Neste momento, estou focada em estudar a personagem, surpreendentemente, descobri coisas interessantíssimas sobre como eles lidavam com a fama, o dinheiro, com o fato de serem irmãos e trabalharem juntos. É uma relação sempre complicada, trabalhar em família, ao mesmo tempo em que existe muito amor, há também uma áurea de competição e comparação. E isso está bem explorado no filme!

As gravações serão em Londres e depois, acredito, que em Los Angeles também. Tenho tido muitas conversas com o produtor e diretor, visto todos os documentários, estudado o script e lido as letras das músicas como texto mesmo, elas dizem muito sobre eles.

 Quais são as suas expectativas quanto ao filme?
Carina Haller – Com certeza, este filme será indicado ao Oscar! E isso se relaciona com meu maior sonho que é representar o Brasil na premiação. Eu sei que o país já esteve na premiação, mas eu gostaria muito como atriz de poder fazer isso. Não sei se vamos levar desta vez, mas a minha meta pessoal, o meu sonho é esse.

Vai ser importantíssimo para a minha carreira estar na cinebiografia dos Bee Gees, pois tem um nível de produção absurda, além de falar sobre um grupo que surgiu no mesmo momento em que os Beatles em um mundo que passava por grandes transformações sociais.

O produtor é o Graham King, o mesmo de Bohemian Rhapsody (2018). Acho que esta cinebiografia é um filme que muito bem representado, acho que podemos esperar um filme no mesmo patamar, além disso, a música tem essa potência, ela vibra, conecta e engaja bastante.

Aliás,  você tem algum álbum favorito do Bee Gees ?
Carina Haller – Sem dúvidas, é o “Satuday Night Fever” de 1977. Só tem canções clássicas, universais, eternas e que nunca perderão seu valor. Eles ganharam muitos prêmios com esse disco.

Sobre sua participação em Faixa-Preta o que tem a dizer?

Carina Haller – Eu estou numa fase de completa paixão pelo cinema. E, isso se refletiu neste filme. Eu adorei fazer Faixa-Preta, o gravei tem mais ou menos um mês. É um filme que está em finalização e vai estrear no Brasil no início do ano que vem. Eu faço uma americana no filme, e disseram que foi a cena mais importante do filme, aliás, é mais uma biografia e, infelizmente, a cena que eu fiz tem a ver com a parte em que o Fernando Tererê foi condenado como terrorista nos Estados Unidos.

Eu faço uma comissária de bordo no filme, o que acontece no filme é o que o leva para prisão, em um momento que de esquizofrenia do lutador. Foi uma cena muito difícil, mas muito bem dirigida. Espero que vocês gostem e assistam.

Como que é para você atuar no teatro e no cinema?

Carina Haller – As diferenças entre teatro e cinema são, literalmente, a razão que me fizeram demorar tanto tempo para fazer cinema. Tenho 14 anos de carreira, dez anos vividos intensamente no teatro. No teatro, o ator está no comando, existe uma espontaneidade, já no cinema, eu acho que a técnica se sobrepõe à atuação.

Eu confesso que tinha certo preconceito com o cinema, mas sempre desejei fazer um filme com algum conteúdo, com uma veia mais artística, que tivesse um sentido, menos comercial. E isso meio que acontece agora! Eu achava que o cinema não era pra mim, mas hoje em dia, eu acho que consegui aprender e encorpar tudo que aprendi no teatro, dentro da atuação cinematográfica.

Para terminar, você estudou artes na CalArts, escola co-fundada pela Disney. Qual mensagem você deixa para quem quer fazer da arte a sua vida?

Carina Haller – A Cal Arts me ensinou a entender que parte do processo de ator é sobre autogestão. O quanto que a arte depende de mim mesma e de como posso fazer o máximo que eu puder. Ficar parado não é uma boa opção, mesmo que seja uma coisa pequena, faça! E outra coisa: ler. Ler é fundamental. Nem sempre será possível interpretar um personagem que seja conhecido, por isso, ser abrangente é importante. E lembrem-se sempre de que não é fácil. Os altos e baixos existem, eles fazem parte da jornada.

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