“Ninguém Dirá Que é Tarde Demais”, com Arlete Salles e Edwin Luisi, estreia no Teatro Riachuelo

Afastada do palco há 6 anos e prestes a completar 65 anos de carreira e 80 de idade, Arlete Salles volta aos palcos cariocas em “Ninguém Dirá Que é Tarde Demais”. Aliás, o texto da peça é do neto de Arlete, Pedro Medina, com quem também contracena na comédia. Além de Pedro, o filho de Arlete, Alexandre Barbalho, e Edwin Luisi também estarão em cena.

O enteado de Arlete, irmão de Alexandre e tio de Pedro, Lucio Mauro Filho assina a direção musical do espetáculo, junto com Máximo Cutrim. “Fiquei feliz demais com meu sobrinho me dando emprego, rs, e me trazendo para esse lugar quente e amoroso, que é trabalhar em família. Pedro inseriu a pandemia na dramaturgia, como pano de fundo para o momento que estamos vivendo, foi um gol”, explica Lucinho.

A direção é de Amir Haddad, outro grande parceiro de Arlete. Os dois trabalharam há 35 anos na peça ‘Felisberto e o Café’. A comédia “Ninguém Dirá Que é Tarde Demais” foi inspirada na canção o “Último Romance”, da banda Los Hermanos.

“Estou navegando em sentimentos diversos e emoções fortes. Sinto muita felicidade e admiração em ver o meu neto se aproximando dessa profissão, crescendo de forma potente. Estamos aqui corajosamente, ainda na pandemia, ousadamente, com todos os protocolos sanitários, indo juntos para o palco. Não apresentaria meu neto como dramaturgo, se não tivesse confiança no talento dele”, conta Arlete.

 O autor Pedro Medina conta a história de Luiza (Arlete Salles) e de Felipe (Edwin Luisi) que recebem, em casa, o neto Márcio (Pedro Medina), por conta da pandemia. Paralelo a esta trama, Felipe, por problemas financeiros, vai morar com o filho Mauro (Alexandre Barbalho). Com paredes grudadas, eles estão muito sensíveis às questões da Covid-19, além da questão financeira,  assim os problemas domésticos começam a surgir e eles a se implicarem sem saber a identidade de cada um. Até que um dia os dois, com máscara e álcool gel, vão rapidamente à rua, se encontram sem saber que são vizinhos.

Com muita leveza, humor e dando a dimensão da solidão desses dois septuagenários, a comédia ratifica “Ninguém Dirá Que é Tarde Demais”.

“Eu e Arlete somos amigos há anos. Fizemos um trabalho há 35 anos e nunca mais nos separamos. Pedro e Alexandre trabalharam muito comigo no Tá Na Rua”, revela Amir Haddad. “Apesar de 50 anos de carreira, nunca trabalhei com o Amir, nem o conhecia pessoalmente, mas sempre o admirei. Estou há dois anos sem fazer teatro, decidi participar deste espetáculo porque senti que estou fazendo parte da história de uma família. Achei que era um bom momento para recomeçar”, conta Edwin. Aliás, Amir, Arlete e Edwin somam mais de 160 anos de trajetória artística.

“Eu queria muito a oportunidade de ter um trabalho no teatro com a minha avó, de ser colega de cena de Arlete Salles. Levei um texto para Rose, mas ela já tinha um outro projeto. Resolvemos juntar uma ideia com a outra e surgiu: “Ninguém Dirá Que É Tarde Demais””, revela Pedro Medina., que completa, “Minha avó é uma colega de cena fantástica. Uma atriz que admiro muito. Tem sido muito bom estar com ela. E meu pai é aquela segurança. Sempre troquei com ele minhas questões relacionadas ao texto”.

“O que me fez entrar nessa peça? A qualidade do texto, além de ter Amir Haddad como diretor e poder trabalhar com a família da Arlete. Estou contracenando com ela, o filho e o neto. Sou o intruso, rs. Mas fui lindamente acolhido”, conta Edwin.

“Acho normal que o filho queira seguir a carreira dos pais. Sabíamos que um dia aconteceria o encontro, mas não sabíamos quando nem como. Acabou que não partiu de mim esse movimento. Foi meu neto, com uma completude maravilhosa, porque ele não veio só ficar comigo no palco como ator, ele veio também como autor, com o texto. Vou interpretar o texto do meu neto”, finaliza, orgulhosa, Arlete Salles.

SERVIÇO
Local: Teatro Riachuelo Rio ( Rua do Passeio, 40, Centro)
Dia: 07 a 31 de outubro, de quinta a domingo.
Horário: quinta a sábado às 20h | domingo às 19h.
Ingressos: pela Sympla
Classificação: 14 anos
Duração: 100 minutos.