Belchior – Apenas um Coração Selvagem reúne nostalgia e politica social

 Antonio Carlos Belchior Fontenelle Fernandes, o cantor nordestino que ficou conhecido como Belchior ganhou um recorte de sua juventude e carreira em Belchior – Apenas um Coração Selvagem.

Através de uma dramaturgia formada por trechos de entrevistas do próprio cantor, entrelaçada pelas suas poesias na voz de Silvero Pereira, o documentário, enfim, ganha as telas cinematográficas depois de seis anos de produção.

Com roteiro de Paulo Fontenelle, a narrativa faz um autorretrato do artista, faz um mergulho profundo com uma montagem inventiva e dinâmica. Do preto e branco ao colorido, o documentário, com direção de Natália Dias e Camilo Cavalcanti, retrata através das cores como o Brasil se envolveu na história de vida de Belchior e vice-versa. Ao mesmo tempo que nostálgico, o documentário é atual ao falar de politica, querendo ou não.

O coração selvagem do poeta também conhecido como Humphrey Bogart do sertão, faz das metáforas do compositor, certamente, uma poesia inigualável! Belchior – Apenas um Coração Selvagem faz da obra cantor e compositor cearense um marco histórico na história da musica brasileira.

Considerado um dos ícones mais misteriosos da Música Popular Brasileira, Belchior foi um artista respeitado, dono de um repertório do qual qualquer músico poderia se orgulhar, carreira de sucesso, padrão de vida confortável, cercado de amigos,

Belchior foi intenso! Aliás, sua transcendência e potencia continua a atingir novos corações.

Surpreendentemente, nos dez últimos anos antes da sua morte, Belchior viveu de maneira insólita e extraordinária, conhecendo pessoas diversas, lugares interessantes e relações inusitadas, com fãs perplexos que abrigaram um astro da música em suas casas sem saber muito bem por que ele estava ali.

Filme visto no Festival do Rio 2022