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André Masseno completa trilogia iniciada por “Confete da Índia”, em nova peça

Publicado em:

André Masseno
Foto: Flavia Canavarro

Fora dos palcos desde 2017, André Masseno iniciou o processo de criação de “Criatura Toda Mandíbula”, seu novo espetáculo a partir da releitura do “Manifesto Antropofágico”, de Oswald de Andrade.

Atravessado pelas mudanças sociais, comportamentais e políticas que o mundo enfrentou nos últimos anos, o performer se viu diante de um grande questionamento inicial: se Oswald pensava na devoração do alheio para ganhar força, como pensar neste procedimento hoje, em um cenário impossível de ser digerido?

Responsável pela concepção, direção, dramaturgia e performance, André Masseno considera que o trabalho seja parte de uma trilogia composta por ‘Confete da Índia’ (2012) – eleito pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) como Melhor Projeto Artístico em Dança – e ‘Louca Pelo Cheiro do Mar’ (2017). As três montagens são atravessadas por um filtro tropicalista, reunindo uma série de referências de origens diversas, apresentadas de forma direta e sem julgamentos.

O espetáculo celebra ainda os 30 anos de carreira dele, que se dedicou nas últimas décadas a uma pesquisa de linguagem que tensiona elementos da dança contemporânea, teatro, música e literatura. A aridez dos temas apresentados é abordada por uma perspectiva crítica, mas também repleta de ironia.

‘Parto dessas possibilidades de entender o corpo como espaço histórico. Um espaço que foi construído de maneira muito paulatina. Muitas vezes essa construção não é consciente. O processo de ‘Criatura’ passa pela experiência de auto reciclagem, retroalimentação e memória corporal. É a memória do corpo e da fantasia que ele tem em torno da ideia de devorar em tempos indigestos, assim eu penso o espetáculo com o corpo e coloco o corpo para pensar dentro desse nosso contexto histórico’, analisa André.

As referências artísticas que envolvem o processo criativo da performance são muitas e passam por nomes como o já citado Oswald de Andrade, Glauber Rocha e Helio Oiticica, cujas obras também foram marcadas pelo Manifesto Antropofágico e o Tropicalismo, além de uma série de expressões da cultura de massa. Em uma perspectiva horizontal, André não faz juízo de valor entre cultura de massa, alta ou baixa cultura.

Além disso, as influências, notadas também na presença marcante da trilha sonora, convivem em um espaço de afeto e totalmente descentralizado. Desta forma, obras da canção popular convivem com clássicos, referências a filmes B, MPB e standards internacionais. Assim como em ‘Confete da Índia’ e ‘ Louca Pelo Cheiro do Mar’, a trilha sonora é parte fundamental do trabalho e cria uma narrativa dupla. Segundo André, as camadas sonoras se relacionam com a memória da cultura brasileira e, ao mesmo tempo, produzem um jogo discursivo com esse corpo que se encontra em cena.

”Criatura’ traz um corpo que devora e que se encontra no olho do furacão. É uma corporeidade que devora alguns aspectos históricos e coloca questões complexas na roda de discussão, que se encontra em aberto, com alguns apontamentos de caminhos, mas que não se fecham. É um espaço de uma grande profusão de roteiros e desorientação ‘, resume o artista.

Serviço:
De 17 a 27 de novembro de 2022
De quinta a domingo, às 18h.
Sala Multiuso do Sesc Copacabana (Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana)
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 60min
Lotação: Sujeito à lotação

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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