Babilônia: Damien Chazelle descontrói a Era do Ouro

Damien Chazelle está de volta com a surpreendentemente tentativa de obra prima em Babilônia. O longa, com três horas de duração, é um épico exagerado e peculiar sobre a Era do Ouro do cinema hollywoodiano. Em certos momentos, parece que Chazelle surtou ao trazer tantos personagens à cena com o intuito de desconstrui-los. Sim, Babilônia faz isso, em uma festa cheia de grandes estrelas em busca do estrelato continuo.

Em seu projeto mais ambicioso, a elegância do diretor de La La Land vai por água abaixo com cenas escatológicas e sexualmente exageradas. A metalinguagem se junta a overdose  excêntrica do enredo. Mais preocupado em mostrar que sabe a linguagem cinematográfica, Chazelle revisita de maneira nostálgica um dos primeiros auges cinematográficos assim como fez em La La Land. Aliás, o casal protagonista repete a mesma formula de La La Land. Ambos compartilham o mesmo sonho.

Ambientado na transição do cinema mudo para o falado, Babilônia tem problemas de narrativa. Cabe a Margot Robbie e sua atuação visceral sobre a tristeza fazer do longa um estudo sobre a criação de sex symbols. Já, Brad Pitt, incrivelmente, em cena.

Babilônia é um espiral de Babel. Magistral nas atuações, porém com uma narrativa confusa. Chazelle levanta todas essas premissas interessantes com seus personagens, porém não consegue fazer nada com elas, o diretor não aprofunda em nada os arcos dos personagens.

A direção de arte impecável, a trilha sonora e a fotografia esplendorosas dão o toque final deste glamuroso festival nostálgico e a certo ponto de horrores.