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Movimento Viva Água impulsiona o turismo sustentável na Baía de Guanabara

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A Baía de Guanabara, um dos principais cartões postais do Rio de Janeiro e do Brasil, pode oferecer experiências de intensa conexão com a natureza, com atrações e paisagens pouco conhecidas até mesmo pelos fluminenses. Formada por uma importante bacia hidrográfica que abraça parte do famoso espelho d’água que envolve o Pão de Açúcar e abrange 17 municípios, Guanabara possui áreas naturais bem preservadas, com florestas, manguezais, restingas, além de fauna e flora representativas da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados no Brasil.

Baía de Guanabara
Foto: Suzanna Tierie

Para desenvolver o potencial turístico ainda pouco conhecido, o movimento Viva Água, que desde 2021 reúne atores de diferentes setores em busca da segurança e qualidade hídrica da região hidrográfica de Guanabara, tem em uma de suas frentes o fortalecimento do turismo de natureza e de base comunitária para desenvolver negócios de impacto socioambiental positivo.

“Além da importância ecológica para a vida de mais de 11 milhões de pessoas, a Baía de Guanabara é um local importantíssimo do ponto de vista histórico, social e cultural, de grande valor para o nosso país. O território abriga muitos atrativos que merecem ser conhecidos e, principalmente, mais valorizados”, afirma Thiago Valente, gerente de Projetos da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

A região possui 117 Unidades de Conservação (UC), que garantem a preservação da biodiversidade na Mata Atlântica e na região costeiro-marinha, além de oferecer serviços ecossistêmicos essenciais, como o fornecimento de água, a polinização e a adaptação às mudanças climáticas. Em 2022, o movimento Viva Água publicou o estudo “Natureza que resiste na Baía de Guanabara – Segurança hídrica e adaptação às mudanças climáticas”, que além de realçar o valor ambiental do território, identifica oportunidades de negócios de impacto socioambiental positivo em setores como o turismo, a pesca, a agricultura e o mercado de carbono, entre outros.

“Temos o desafio de apoiar a criação de ecossistemas de inovação, atraindo investimentos e criando incentivo aos empreendedores. O turismo de natureza é um dos principais vetores para essa visão de desenvolvimento socioeconômico sustentável da Baía de Guanabara, com grande capacidade de conservar a natureza e gerar valor para as comunidades do entorno das unidades de conservação”, realça Valente.

Conheça oito exemplos de empreendimentos de turismo sustentável na Baía de Guanabara que contam com o apoio do movimento Viva Água:

Reserva Ecológica de Guapiaçu – A Reserva Ecológica de Guapiaçu (Regua), área particular localizada no município de Cachoeiras de Macacu, é um exemplo de como a restauração ecológica pode transformar positivamente um território. Os proprietários da reserva recuperaram uma antiga fazenda degradada a partir do plantio de mais de 600 mil árvores, que ocupam uma área de mais de 400 hectares de Mata Atlântica. O local protege nascentes do Rio Guapiaçu, que deságua na Baía de Guanabara, e também abriga um projeto piloto de reintrodução de antas na região, animal que havia sido extinto do local há mais de 30 anos. A Regua oferece um ecolodge – formato de hospedagem próxima da natureza – com 10 suítes. Também oferece um roteiro de birdwathcing, que é a observação de aves a partir da imersão na floresta com o objetivo de contemplação e registros fotográficos. (https://www.regua.org.br/)

Reserva Ecovila El Nagual – A proposta da reserva é ajudar pessoas a encontrar soluções para mudanças de hábitos, sensibilizando e abrindo novos horizontes para uma vida mais sustentável e conectada à natureza. Localizada em uma reserva particular de 17 hectares, em Santo Aleixo, distrito de Magé, a El Nagual promove diversas atividades e eventos – como cursos, encontros e workshops – que trabalham temáticas como sustentabilidade, bem-estar, permacultura, turismo ecológico, educação ambiental e arte. Vizinha ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos, funciona ainda como propriedade modelo funcional, desenvolvendo cursos experimentais e visitações guiadas, além da oferta de hospedagem e alimentação. (https://elnagualbrasil.com/incio)

Caminhos do Manguezal – A Cooperativa Manguezal Fluminense trabalha com turismo de base comunitária na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim e na Estação Ecológica da Guanabara, primeira unidade de conservação no Brasil criada para a proteção de manguezais. Entre os serviços oferecidos aos visitantes estão passeios de caiaque, produtos artesanais, visitas e vivências com embarcação motorizada guiada na Baía de Guanabara, além de hospedagem, camping, gastronomia e plantio de mudas de árvores nativas do mangue. Por meio do projeto Caminhos do Manguezal, a cooperativa promove alternativas de trabalho e melhoria de qualidade de vida para os cooperados, além de dar voz aos moradores da região, legítimos caiçaras. (@caminhosdomanguezal_)

Remando no Manguezal – Realizado na Praia da Piedade, em Magé, o Remando no Manguezal alia a pesca sustentável e artesanal ao turismo ecológico, com os objetivos de preservar o ecossistema e gerar renda para os moradores da localidade. Desde 2019, o Remando no Manguezal promove passeios turísticos de caiaques e pequenos barcos pela área do manguezal com o objetivo de despertar a consciência ambiental dos visitantes. A promoção da pesca artesanal, com técnicas sustentáveis que respeitam o meio ambiente, gera emprego e é a maior fonte de renda do negócio. (@remando_manguezal)

GuapimirimTur – A GuapimirimTur promove experiências de visitação em áreas naturais entre a Serra dos Órgãos e a Baía de Guanabara, com foco em turismo de base comunitária, valorização da história local, educação ambiental e geração de renda. Gerando renda para os barqueiros e moradores da cidade, a GuapimirimTur oferece uma fonte secundária de renda aliada ao processo de conscientização que desestimula atividades prejudiciais à Baía de Guanabara e aos manguezais. A experiência turística é enriquecida com rotas que envolvem produtores rurais e artesãos, agregando valor aos produtos da cidade. (@guapimirimtur)

Presenthe – A empresa promove a proteção dos patrimônios naturais e culturais das cidades de Magé e Guapimirim unindo contato com natureza, esportes e desafios ao ar livre. Apostando na conscientização da população local sobre a importância dos cuidados com a natureza, a empresa também está transformando caçadores e “passarinheiros” em condutores de caminhada por trilhas da região. A Presenthe oferece diversas atividades turísticas e esportivas, como caminhadas, trilhas e voo livre. (@presentheoficial)

Trilha Caminho do Recôncavo da Guanabara  – O projeto – uma das soluções apoiadas pelo LAB Viva Água – busca fomentar a economia local baseada na regeneração da biodiversidade e na restauração florestal por meio da criação de uma trilha de ecoturismo de longa distância e de base comunitária na região da “Baixada Verde”. O trajeto projetado de Duque de Caxias até Cachoeiras de Macacu, com mais de 100 quilômetros, passará por unidades de conservação e pretende incentivar a restauração florestal, a biodiversidade e o desenvolvimento de cadeias produtivas agroecológicas. Proposta pelo Instituto Sinal do Vale, a trilha permitirá contato com espécies da fauna e da flora que perduraram na região apesar dos diversos ciclos econômicos que impactaram o território. (katie@sinaldovale.org)

Zip Flor – O projeto Zip Flor pretende implementar e aprimorar um modelo replicável para a restauração ecológica de matas ciliares e nascentes por intermédio de sistemas agroflorestais e da restauração ecológica assistida. O projeto prevê a geração de trabalho e renda na região, além da educação ambiental, agroecologia, conservação e ecoturismo. A proposta do Instituto Cultural Tecnologia e Arte (Tecnoarte) deve ser implementada em áreas estratégicas para a segurança hídrica e conservação da biodiversidade, especialmente no entorno do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, localizado entre os municípios de Teresópolis, Petrópolis, Magé e Guapimirim, e no entorno do Parque Estadual dos Três Picos, que abrange os municípios de Teresópolis, Nova Friburgo, Guapimirim, Silva Jardim e Cachoeiras do Macacu. (https://tecnoarte.eco.br/?page_id=1201)

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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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