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“ATRAQUE”, espetáculo multilinguagem, no MAR

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Numa junção entre dança, performance, moda e teatro, “ATRAQUE” é um espetáculo que desafia convenções e explora os princípios históricos, estéticos, comunitários e de disputa do vogue.

Atraque
Foto: Charles Pereira

Refletindo e celebrando a diversidade de gênero e raça, tendo como protagonistas pessoas trans e pretas do universo Ballroom do Rio de Janeiro, “ATRAQUE” é uma peça multilinguagem que oferece ao público uma experiência imersiva, revelando uma narrativa poderosa de empoderamento. “ATRAQUE”, nomeado a partir de uma gíria popular cujo significado remete à intensidade do confronto entre corpos – seja em sentido de disputa ou afetivo – não se limita a ser um mero espetáculo, mas um terreno fértil de experimentação, transgressão e, acima de tudo, resistência. Através de movimentos únicos e pessoais, a peça revela a beleza da individualidade e da criatividade humana.

Ministrado por Mario Netto, a formação com professores que ocorrerá antes da apresentação busca proporcionar um ambiente de debate e reflexão, onde os participantes serão introduzidos às práticas realizadas pela comunidade Ballroom, desde suas origens históricas até seu papel atual. O encontro busca inspirar professores da Educação Básica a explorarem novas perspectivas e possibilidades educativas, reafirmando o papel transformador da educação e promovendo a inclusão, diversidade, criatividade e autenticidade no ambiente escolar.

 A cultura Ballroom é um espaço de expressão, onde as pessoas participantes competem em categorias de dança, moda e performance, como o voguing. Mais do que competições, ela oferece um senso de pertencimento e família para aqueles que estão à margem da sociedade, reforçando suas estruturas de apoio social. “Somos artistas com trajetórias diversas e é na cultura Ballroom que as nossas histórias se encontram”, reflete.

Em “ATRAQUE”, a presença e a potência de um corpo Ballroom transforma a realidade e coloca em xeque conceitos fundamentais dessa cultura que vivenciam. Sendo assim, a peça convida a explorar o cotidiano de uma “house”, ou casa – como são conhecidas as estruturas de organização. Os significados de viver em comunidade são levados a cabo num jogo vivo, que expõe as contradições que emergem quando se escolhe compartilhar o mesmo espaço e viver em coletividade.

É nesse jogo vivo, nessa dança entre contradições e escolhas compartilhadas, que a coreografia se revela como uma ferramenta poderosa de inversão, sedução, escapismo e resistência. É um acontecimento dinâmico e furtivo, construído em um território que sustenta sua própria continuidade. “Estaremos a cada dia dispostas a aproximar o universo Ballroom da arte contemporânea, entendendo que mais do que um grande movimento artístico, a Ballroom é também uma possibilidade de vida”, conclui.

A última apresentação desta temporada será realizada no Museu de Arte do Rio – MAR no sábado (2), às 17h, precedida de uma atividade formativa para professores, ampliando o conhecimento sobre a cultura Ballroom e suas possibilidades educativas, de 14h às 16h. Ingressos gratuitos disponíveis no Sympla.

Rota Cult
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Redação do site E-mail: contato@rotacult.com.br

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