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O Mal que Nos Habita traz tenebrosa versão de possessão demoníaca

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Tramas que fazem sucesso acabam tornando-se temáticas hiper saturadas na indústria do cinema, justamente por ser um caça-níqueis no gênero Terror, todavia existem obras fora dos grandes estúdios que conseguem reinventar temas batidos. O Mal que Nos Habita é um ótimo exemplo de como um filme de possessão demoníaca pode ser reinventado em uma nova trama assustadora.

O filme escrito e dirigido por Demián Rugna trata de dois irmãos que descobrem que existe uma pessoa possuída por um demônio e logo esse terror nascerá no mundo. Os irmãos decidem então resolver o problema, da forma errada, e acabam por desencadear eventos que irão destruir tudo ao redor.

É importante que o leitor entenda que o trabalho de reinvenção feito por este filme não consiste em criar recursos que ninguém nunca fez, mas em usar dinâmicas e estilos de filmagem que já existem de forma sintonizada em prol da narrativa. Fica claro a forte influência de Evil Dead no trabalho de Rugna, porém enquanto o americano aceita sua galhofa, o argentino leva a sério até a última instância. E não se limitando, algumas cenas trazem o tom do cinema do “novo horror”, como em A Bruxa, de Robert Eggers.

O possuído é uma figura nojenta que dá angústia de olhar, o demônio “nascido” é uma figura que atrai curiosidade. O roteiro manipula magistralmente o público com essa dualidade entre nojo e curiosidade. As cenas de morte são horrendas, tamanho horror que você desvia o olhar, então surge um personagem que explica que possuídos se tornaram um problema na Argentina, levando ao fim das igrejas. Nojo e interesse é, certamente, a melhor dupla para um terror. Não apenas isso, o diretor também traz um tom de Velho Oeste, principalmente com a trilha de Pablo Fuu, que se encaixa perfeitamente nos pampas argentinos.

O terror de gore é também um estilo já saturado e também banalizado no cinema, com títulos como Terrifier, que chafurda na violência explícita, já O Mal que nos Habita corre na linha totalmente oposta. O filme mostra a violência suja, sim, e ele o faz com sadismo ainda que com comedimento. Um flash de luz surge e o horror é rapidamente um dúvida para então ser sólido e tão terrível quanto se poderia imaginar. E essa ação apenas é potencializada pela atuação do elenco formado por veteranos como Ezequiel Rodríguez, Demián Salomón, Luis Ziembrowski e Silvina Sabater, que acrescentam, e muito, ao terror do filme.

Vindo na sombra, O Mal que Nos Habita brilha com todos os elementos que constroem um bom filme de terror, o filme explica apenas o suficiente, deixa que a curiosidade do público potencie o medo, e tem a coragem para não criar um final feliz. Como todos os melhores filmes de terror, O Mal que Nos Habita deixa o seu peso sangrento no colo do público e a dúvida terrível acerca do futuro daqueles personagens.

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